Jorge Jesus revela em biografia o perfil do jogador ideal

Na obra de Rui Pedro Braz sobre o novo herói do Brasil, é traçado, pela própria mão de Jorge Jesus, o perfil do jogador de futebol ideal.

Jorge Jesus revela em biografia o perfil do jogador ideal

O livro Mister Jesus – 30 Anos de uma Carreira Ímpar, de Rui Pedro Braz, chega ao mercado brasileiro já no próximo dia 10 e ao português três dias depois, a 13 de dezembro. O Portal de Notícias da Impala já leu a obra biográfica de Jorge Jesus e revela antecipadamente e em exclusivo mundial alguns dos momentos mais marcantes da vida do treinador que levou o nome de Portugal mais longe.

O perfil ideal de jogador para Jorge Jesus

«Adepto confesso do Calcio italiano e do artístico futebol da América do Sul, quando questionado sobre o seu perfil de futebolista, o técnico não teve problemas em traçar aquele que seria um jogador perfeito. “Para mim, o jogador ideal teria a técnica do jogador brasileiro, a leitura táctica do jogador italiano e as ganas do jogador argentino, que é muito competitivo e com grande espírito de sacrifício”», lê-se em mais uma das passagens da biografia de Jorge Jesus.

«Desde que está no Flamengo, [Jesus] já falou em mais do que uma ocasião acerca da qualidade do jogador brasileiro, e os mais de 100 com quem trabalhou ao longo da sua carreira – muito antes de chegar ao clube rubro -negro – são também reveladores da sua preferência por jogadores oriundos do Brasil. Em tempos, antes de chegar a clubes de um patamar mais elevado, revelou que o jogador já formado mais talentoso que alguma vez havia treinado foi Roberto Assis, irmão de Ronaldinho, com quem trabalhou apenas alguns meses no modesto Estrela da Amadora

Pablo Aimar, o eleito de Mister Jesus

«Mais tarde, trabalharia com profissionais de outra estirpe, noutras fases das suas carreiras e em clubes com outras ambições, com outro enquadramento de trabalho para os seus jogadores. De todos aqueles com quem trabalhou ao longo de 30 anos, a sua preferência recai em Pablo Aimar, o astro argentino que fez carreira maioritariamente no River Plate da Argentina, no Valência de Espanha e no Benfica de Portugal. Dono de uma técnica prodigiosa, de uma visão de jogo clarividente e de uma inteligência rara, Pablo Aimar trabalhou quatro anos com Jesus no Benfica. Fez 150 jogos e 15 golos sob o comando técnico do Mister. No total da sua carreira, somou 599 jogos, 88 golos e 18 títulos nacionais e internacionais.

«Aimar foi uma grande referência e ainda hoje mantenho proximidade com ele»

Falando acerca de Aimar, Jorge Jesus abre o livro. «Não tenho dúvidas em classificá-lo como o melhor de todos, e atenção que trabalhei com grandes jogadores, como Di María, Saviola ou Ramires. Mas como o Aimar não tive nenhum, era um jogador impressionante. Aprendi a ser melhor treinador com ele. Pensa o jogo e sabe do jogo como ninguém. Mas também tive problemas com ele. Os grandes jogadores não gostam muito que os treinadores sejam exigentes com eles, pensam que têm um estatuto diferente, mas para mim não têm. O estatuto é o dia-a-dia. Seja como for, para mim o Aimar foi uma grande referência e ainda hoje mantenho proximidade com ele.»

Aimar recebe e devolve a Jesus

No livro de Braz, Aimar devolve elogios a Jesus. «Com alguns treinadores percebi que podia ser melhor jogador», enquadra Pablo Aimar. «Fizeram-me aprender. José Pekerman, Marcelo Bielsa e Jorge Jesus são exemplos disso. Com treinadores como eles, os jogadores convertem-se em referências nas suas posições, tornam-se jogadores melhores. Os jogadores não crescem apenas no campo, porque a influência destes treinadores vai até ao balneário. Admiro muito o Jorge Jesus. Aprendi muito com ele e gosto muito da maneira como ele trabalha, como treina e como prepara as suas equipas. E gosto muito de ver as suas equipas a jogar.»

Luisão, o capitão perfeito

«Outro critério que Jesus muito valoriza nos seus jogadores é a inteligência e a capacidade de liderança, bem como a lealdade para com o treinador», define-se na biografia. «Daí que a sua noção de capitão de equipa seja bastante rigorosa e exigente. Para o Mister, o capitão tem de obedecer a critérios muito específicos. “A liderança no balneário, bem como a defesa das ideias do treinador são pontos fundamentais a um capitão de equipa. Além disso, tem de saber assumir-se em todas as situações de diálogo entre a direcção e o grupo de trabalho. Pode até nem ser um jogador titular, mas aquele que corresponder a estes requisitos será o meu capitão de equipa”, refere Jesus. Luisão, internacional A brasileiro em 46 ocasiões, terá sido aquele que melhor personificou este perfil traçado por Jesus, e foi mesmo o capitão com quem o Mister mais anos trabalhou: seis épocas consecutivas com a braçadeira durante os seis anos de Jesus no comando técnico do Benfica.

Texto: Luís Martins com Joana Ferreira | WiN; Fotos: Bertrand Editora, Reuters, Arquivo Impala e D.R.

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