“Ser campeã da Europa sempre foi um objetivo”

A melhor fase da carreira reforça o objetivo pessoal de ser campeã da Europa, uma meta que sempre esteve no horizonte e que a judoca Patrícia Sampaio ainda deseja alcançar.

“Ser campeã da Europa, sempre foi um objetivo e continua a ser. Ser cabeça de série ou não, não faz muita diferença”, começou por dizer à agência Lusa a judoca tomarense, que no sábado compete nos Europeus em Podgorica, na categoria de -78 kg, na qual surge como primeira favorita.

Na capital do Montenegro, a seleção portuguesa entra em ação a partir de quarta-feira com nove judocas, cinco em femininos e quatro em masculinos, e a entrada de Patrícia Sampaio no tatami está reservada para o último dia, das categorias mais pesadas.

Depois de um ano brilhante, com a quarta medalha do judo português nuns Jogos Olímpicos, em Paris2020, a seguir às de Nuno Delgado (Sidnei2000), Telma Monteiro (Rio de Janeiro2016) e Jorge Fonseca (Tóquio2020), Sampaio mantém a ambição que lhe é característica, de confiança naquilo que pode fazer no ‘tatami’.

“Não gosto muito de falar em expectativas, porque não sou uma pessoa de pensar em expectativas, sou apenas de trabalhar e depois chegar lá e tentar obter ao máximo, com o meu trabalho em prática. Mas o meu objetivo é, como em todas as provas a que vou, chegar lá e ganhar”, sublinhou.

Para a judoca da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais não é muito significativo ser a primeira cabeça de série em Podgorica, como quarta do ranking mundial, lembrando que pode facilitar na organização do quadro, mas o novo ciclo olímpico pode também trazer surpresas.

“Depois de um ciclo olímpico, num ciclo olímpico novo, começam a aparecer atletas, os países começam a mandar atletas novas ou que não tenham tido oportunidade antes. Então há sempre muitas novidades. Há pessoas com quem eu nunca lutei ou com quem eu já não luto há muitos anos. Há sempre surpresas. Isso não altera a pressão porque continua a ser uma competição muito forte, mesmo não sendo a altura de apuramento, o Europeu é sempre uma competição muito forte. Se formos olhar aos restantes pódios internacionais do resto do ano, a maioria são europeias”, referiu.

Um contexto, no arranque, ainda que longínquo, para os Jogos de Los Angeles2028, e que, também por isso, potencia um novo xadrez no judo mundial, embora a tónica da judoca portuguesa seja a mesma de sempre.

“É sempre uma prova muito competitiva, mas isso não altera nem o sabor da vitória, nem a pressão, nem nada disso. Simplesmente, eu vou para todas as provas com o ‘mindset’ que, quem aparecer, eu tenho de ganhar. Se quero ser campeã da Europa, se quero ser campeã do Mundo, qualquer pessoa que se ponha à minha frente, eu vou ter de vencer para chegar a esse objetivo”, frisou Sampaio.

Por outro lado, a judoca tem noção que a recente medalha olímpica a torna um alvo ainda mais apetecível para todas as novas judocas, com a vontade de serem elas a derrotá-la.

“Todas as que vêm novas e frescas, vêm com muita fome de ganhar a pessoas com palmarés mais elevado. Eu, pelo contrário, tenho a fome de mostrar que continuo aqui e que quero liderar”, assinalou.

Podgorica é mais uma etapa no percurso de Sampaio, que considera atravessar a melhor fase da carreira, após a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Paris2024.

“Sinto que alguma coisa mudou mesmo psicologicamente, mentalmente, desde o fim do ciclo de Paris, eu evoluí bastante, sim, ganhei outra maturidade a competir e na altura eu tive receio que isso fosse um episódio único para os Jogos Olímpicos, mas ainda fiz umas quantas competições depois disso e percebi que realmente foi um salto todo a maturidade a competir, a todos os níveis. E pronto, neste momento sinto-me muito bem”, garantiu.

Portugal compete entre quarta-feira e sábado nos Europeus de Podgorica com uma seleção de nove judocas, Catarina Costa (-48 kg), Raquel Brito (-52 kg), Taís Pina (-70 kg), Bárbara Timo (-70 kg) e Patrícia Sampaio (-78 kg) em femininos, e Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg), João Fernando (-81 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg) em masculinos.

*** Rita Moura, da agência Lusa ***

RPM // AO

By Impala News / Lusa

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