Thomas Delaney, o primeiro jogador de elite a assumir ser daltónico

Thomas Delaney, que é uma das estrelas que a Dinamarca levou ao Mundial do Qatar, é o primeiro jogador de elite a assumir ser daltónico.

Thomas Delaney, o primeiro jogador de elite a assumir ser daltónico

A Dinamarca é uma das seleções que podem ser a surpresa do Mundial do Qatar e Thomas Delaney é uma das estrelas da equipa. E a fama do médio defensivo, de 31 anos, que joga nos espanhóis do Sevilha aumentou ainda mais quando teve a coragem de fazer algo raro no desporto de elite. O jogador fez algo que ninguém quer fazer com receio de que isso diminua o valor de mercado. Falamos de assumir o daltonismo.

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E apesar deste momento só agora estar a ser comentado, é algo que necessita de uma pequena viagem no tempo. Foi dias antes do início do Mundial da Rússia (2018) que Thomas Delaney ligou para a rádio DR P3 com o objetivo de dar apoio a um adepto que revelara dificuldades em distinguir as camisolas durante o amigável que opôs a Dinamarca ao México. “O meu nome é Thomas. Sou daltónico e isso acontece. No outro dia, em campo, era difícil ver quem era da minha equipa e quem era o adversário”, disse. O desabafo despertou a curiosidade, tendo sido perguntado em que equipa jogava. “Na seleção dinamarquesa”, respondeu o médio.

Jogadores não assumem daltonismo com medo de perder valor de mercado

Este gesto fez com que se tornasse uma espécie de símbolo para os 350 milhões de daltónicos espalhados pelo mundo. Quem o diz é o jornal Marca, que publica declarações de Kathryn Albany-Ward, fundadora da organização britânica Consciência sobre os Daltónicos, prestadas à BBC. “É o primeiro jogador de elite no ativo que o reconhece publicamente. Não sei se sabem o que isto significa. A maioria não diz nada porque temem que isto afete o seu valor”, refere.

“O que fiz foi fixar-me apenas nas caras, mas tinha de o fazer rápido para não perder a bola”

Por sua vez, em declarações à agência DPA, Thomas Delaney explica que a sua maior dificuldade está em distinguir o vermelho do verde. “É difícil descrever. É como ver diferentes tonalidades da mesma cor. Habitualmente jogamos com calções diferentes, mas desta vez [referindo-se ao particular Dinamarca – México] ambos eram brancos, o que complicou ainda mais. O que fiz foi fixar-me apenas nas caras, mas tinha de o fazer rápido para não perder a bola. Quando as pessoas estão próximas dá para distinguir, mas quando o ritmo é elevado e eles estão mais longe, é mais difícil”, conclui.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Reprodução Instagram

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