«Tira essa camisola, vamos f*der-te!», os relatos dos jogadores na invasão à Academia Sporting

Boa parte das declarações dos jogadores do plantel do Sporting foram reveladas esta quarta-feira e o cenário de pânico é comum a todos os futebolistas.

«Tira essa camisola, vamos f*der-te!», os relatos dos jogadores na invasão à Academia Sporting

Depois do preparador físico, são conhecidos mais relatos dos jogadores. O Expresso conta esta quarta-feira que teve acesso aos autos dos futebolistas à GNR do Montijo, na noite após as agressões em Alcochete. As confissões vão desde socos, pontapés e estaladas até a ameaças, sangue e alvos definidos.

Os principais visados foram os futebolistas Rodrigo Battaglia, Marcos Acuña, Rui Patrício e William Carvalho.

O avançado, Bas Dost diz que dois grupos de homens cruzaram-se com ele, sem lhe fazer nada. Pouco depois, um homem – de cara tapada – deu-lhe com um cinto na cabeça e levou a que o jogador ficasse no chão. Acuña, o argentino, diz que 5 a 6 pessoas o agrediram com murros na cabeça e no corpo e deixaram ameaças ao jogador que diziam saber onde vivia.

William Carvalho viu “várias tochas de fumo e ouviu gritos” e diz ter sido agredido por três pessoas com murros no peito. Além, sabe a partir do colega e capitão Rui Patrício que esta não é a primeira situação de ameaças de adeptos ao plantel. Battaglia diz que ouviu os invasores a perguntar onde estava o argentino. Quando avistado foi insultado e ameaçado de morte e entretanto foi agredido com murros “na face, ombro direito e tronco e ainda, enquanto estava a tentar proteger-se, foi atingido na cintura e costas com um garrafão de 25 litros de água que lhe provocou fortes dores”.

Misic diz apenas que foi agredido na cabeça com um cinto por um individuo “corpulento”. Bruno César não foi agredido mas viu companheiros a serem levarem socos e bofetadas e ao tentar socorrer os colegas, foi ameaçado de morte. Daniel Podence diz que Misic foi agredido com um cinto na cara. Montero fala em artigos pirotécnicos e lembra-se de os agressores perguntarem “onde está o Acuña e o Battaglia”. O colombiano também diz que foi agredido mas teve a proteção de João Palhinha.

O jovem médio diz que viu da janela do balneário os invasores a chegar à Academia a atirar tochas a arder. Chegados perante o plantel, houve ameaças e agressões a jogadores como Battaglia, William, Acuña e Montero. Fábio Coentrão diz ter entendido que este grupo de indivíduos estava a atuar “em bloco”, mas não foi agredido.

Ristovski, naquele momento sem reação e receoso de “esta situação se volte a repetir, quer no seu local de trabalho quer na sua vida particular,” diz ter visto Acuña a ser violentamente agredido. Ruben Ribeiro lembra do colega André Pinto a dizer que estavam a aproximar-se “uns mascarilhas” ouviu que se o Sporting não ganhasse “a Taça estavam f*didos” e disse que antes dos agressores terem abandonado o balneário, foi atirada uma tocha.

Salin, o guarda-redes suplente dos leões, diz que “temeu pela vida, mas não foi agredido. No entanto, tentou evitar que as agressões a William Carvalho e Rui Patrício se agravassem. O guardião diz que ambos foram ameaçados a tirar a camisola. “Tira essa camisola, vamos f*der-te! Há tempo que queres ir embora, tira essa camisola, não te queremos mais aqui”, terão dito os invasores.

Doumbia, jogador que foi captado no dia da invasão nas instalações das autoridades, diz que os indivíduos procuravam William e Battaglia. O avançado costa-marfinense diz que o material pirotécnico provocou “um intenso cheiro a queimado e uma insuportável nuvem de fumo no edifício, deflagrando o alarme de incêndio no balneário [pode ouvir-se o alarme no vídeo], provocando o pânico”.

Gelson Martins diz que viu Acuña ser agredido “com as palmas das mãos abertas” e um cinto, cuja “fivela se encontrava em efeito de pêndulo, para aquando de um movimento brusco a mesma efetuar um efeito de chicote“. Acuña, Rui Patrício, William Carvalho e Battaglia eram os principais alvos. Bruno Fernandes diz que foi cercado por várias pessoas e agredido à chapada, mas havia outros colegas ainda mais cercados.

Rafael Leão, diz o Record citando a Revista Sábado, reconheceu um colega de turma do 10º ano dentro do balneário durante a invasão.

Para além dos jogadores, Manuel Fernandes – ex-jogador e funcionário do clube – diz ter visto Bas Dost a sangrar da cabeça, com várias marcas, vidros e portas danificadas. Outro funcionário, José António Laranjeira – do scouting – diz que Jorge Jesus foi agredido sem esperar, com um murro na cara e mais tarde, viu cinco dos invasores – de cara destapada – a dizer a William e Jesus que “o objetivo era falar com os atletas”.

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