Volta: Alexandre Montez trocou o triatlo pelo ciclismo de olho no WorldTour

O português Alexandre Montez (Credibom-LA Alumínios-MarcosCar) deixou o triatlo, modalidade em que somava medalhas internacionais nos escalões jovens, para abraçar o ciclismo de estrada, apontando a vencer a juventude na 85.ª Volta a Portugal e chegar ao WorldTour.

Volta: Alexandre Montez trocou o triatlo pelo ciclismo de olho no WorldTour

Aos 22 anos, Montez estreia-se na Volta a Portugal de olho na classificação da juventude – em que atualmente é segundo, atrás do espanhol Jaume Guardeño (Caja Rural-Seguros RGA) -, que assume, em entrevista à agência Lusa, como “uma hipótese”.

“Não tenho grande expectativa. Já estar à partida é uma grande vitória. Sempre foi um sonho de menino estar na Volta a Portugal. Acompanhava pela televisão e participar já é um grande privilégio”, afirma o ciclista.

Segundo Montez, “tudo o que vier será bom” nesta 85.ª edição, de aprendizagem e acumulação de experiência, em pleno ano de afirmação.

O jovem de Aldeia de Além, em Alcanede (Santarém), tem somado resultados promissores na estrada, e este ano foi segundo na Clássica da Arrábida e terceiro na Volta a Portugal do Futuro.

Em 2023, altura em que representou Portugal nos Mundiais de ciclismo em sub-23, foi bronze nos nacionais de estrada, no fundo, e 10.º na Volta ao Alentejo — como se isso não bastasse, é ainda o atual vice-campeão nacional de ciclocrosse, mais uma vertente em que ‘dá cartas’.

Falar com Alexandre Montez permite perceber a sua paixão pela modalidade, por que teve sempre “um gosto especial desde pequeno”, mas até podia não estar aqui, uma vez que antes de chegar à Credibom-LA Alumínios-MarcosCar era um ‘ás’ no triatlo.

Em 2018, e com apenas 16 anos, conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, e a de ouro na estafeta mista, com Madalena Cavilhas.

Entrou nos radares de atenção desta modalidade, que combina a mestria na bicicleta com a natação e a corrida, e foi somando bons resultados, de Europeus júnior a Taças da Europa, até assumir o ciclismo por completo, no final de 2022.

“Apesar de ser uma modalidade muito mais dura do que o triatlo, gosto mais, divirto-me mais, desfruto da bicicleta. (…) No triatlo, sempre vi o futuro muito risonho. Acho que é assim que devemos ver as coisas, com ambição e crer”, diz.

De resto, a oportunidade chegou com um convite do seu atual diretor desportivo, Hernâni Broco, e aqui mantém a mesma vontade. “Tenho a ambição de dar o meu melhor e subir de escalão no ciclismo”, refere.

Sem um futuro muito “delineado”, gostava de chegar ao WorldTour, vendo como motivador a presença de nomes como João Almeida ou António Morgado nesse escalão.

“Dá-me motivação, apesar de ter a consciência de que hoje em dia não é fácil sair de Portugal, mesmo sendo jovem. Veremos o que o futuro nos guarda”, acrescenta.

O diretor desportivo, o ex-ciclista Hernâni Broco, confirma o convite que fez a um menino que diz conhecer “desde os 14 anos”. “Foi uma aposta pessoal convencê-lo”, declara à Lusa.

Segundo Broco, a evolução de Montez desde que aceitou o desafio “tem sido surpreendente”, razão pela qual a equipa também tem apostado nele, protegendo-o a par de Luís Fernandes, que é oitavo à geral.

“Atualmente, é o melhor sub-23 nacional. Gostava que pudesse dar o passo, como ambiciona, para correr lá fora. É uma aspiração legítima, e se conseguir ajudá-lo nesse sonho, ficaria muito contente”, explica o diretor desportivo.

A 85.ª Volta a Portugal em bicicleta está na estrada até 04 de agosto, terminando em Viseu com um contrarrelógio individual.

 

SIF // PFO

By Impala News / Lusa

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