O que é e como fazer um detox digital durante a quadra de Natal

Seria capaz de colocar completamente de parte todas as tecnologias para passar um Natal sem telefone ou computador? Cientistas explicam como como fazer um detox digital.

O que é e como fazer um detox digital durante a quadra de Natal

A sobrecarga digital é indiscutível, agravou-se durante a pandemia e olhar pelo nosso bem-estar digital tornou-se tema de discussão na comunidade científica. Redes sociais, compras online, reservas e tarefas como pagar contas significa que a tecnologia invadiu todos os aspectos das nossas vidas. A estudar ou a trabalhar em casa, nunca como agora estivemos tão dependentes da tecnologia e, em especial, dos nossos telemóveis. As videochamadas, por exemplo, massificaram-se para o contacto mais próximo com amigos, colegas e familiares, quer vivam próximos de nós ou estejam a milhares de quilómetros. Pode ser difícil imaginar “como podemos simplesmente decidir cortar com a tecnologia e a constate pressão para estarmos disponíveis – e prontos a responder de imediato – pode ser esmagadora”, diz Brad McKenna, professor associado de Sistemas de Informação da Universidade de East Anglia, no Reino Unido. A quadra natalícia “pode ser o momento ideal para experimentar um detox digital“, sugere McKenna.

Os 4 passos para um detox digital natalício

1. Bloqueie o telefone

A forma “mais eficiente de obter o máximo da experiência é bloquear telefone, laptop e tablets”. “Tem sempre a opção de ativar o modo ‘não incomodar’ ou ‘desligar seletivamente’ as notificações em algumas aplicações”, mas “é difícil desligar algumas notificações e, com o telefone no bolso, há sempre a tentação para verificar o Facebook ou Instagram, responder a um e-mail ou enviar uma foto”. Esta abordagem significa que ainda é possível aceder ao telefone “e a memória muscular leva-nos muitas vezes a abrir aplicações” quase instintivamente. “Pode limitar-se o tempo de uso do telefone – por exemplo, uma hora de manhã e outra à noite –, mas o nosso estudo levou à conclusão de que não será necessário muito tempo até começarmos a encontrar desculpas para estarmos de novo online.” Portanto, a melhor solução é “bloquear o telefone” ou até “guardá-lo numa caixa ou escondê-lo em algum sítio de difícil acesso”. Isto “elimina os desafios de desligar notificações ou de limitar o tempo de uso” do telefone. “No início, pode parecer opressor. Mas, com o tempo, começaremos a sentir os benefícios. E, com sorte, sentir-se-á mais livre, como se um peso lhe tivesse sido retirado de cima. Pode inclusive descobrir que deseja permanecer desligado por mais tempo”, atesta.

2. Trace um plano

A esmagadora infraestrutura digitalizada das cidades impele-nos facilmente a usarmos o telemóvel. Acedemos-lhe “para quase tudo, hoje em dia, para reservar restaurantes, comprar bilhetes de cinema e até já em muitos transportes públicos”. Por isso, “se conseguir fugir nesta altura para o campo, por exemplo, o detox ocorrerá de forma muito mais natural”. Contudo, “um planeamento prévio é essencial”. “Avise clientes, colegas, e chefe de que estará fora e incontactável. Informe amigos e familiares para não ficar stressado com a eventualidade de eles tentarem entrar em contacto consigo. Imprima confirmações de reserva e bilhetes de comboio ou avião e, se a viagem for de automóvel, obtenha um velhinho mapa em papel para que possa deixar os dispositivos digitais para trás”, propõe Brad McKenna.

3. Centre-se nos pontos positivos

A tecnologia é considerada “o padrão das nossas vidas” e, como tal, “podemos sentir algumas dificuldades para nos desligarmos de um mundo em que estamos ligados 24 horas por dia, sete dias por semana”. No início, “desligar pode gerar desafios emocionais consideráveis ​​– como sentir-se stressado, ansioso ou frustrado”. “Tente encarar essas lutas na sua mente como positivas, olhando para as experiências como recompensas, em vez de punições”. Por exemplo, “não poder usar aplicações digitais ou sites para navegar e encontrar bons restaurantes pode ser frustrante, mas também pode criar uma sensação de entusiasmo por ter a oportunidade de explorar o desconhecido, experimentar encontros inesperados ou dominar novas habilidades no uso de mapas de papel e, talvez, até de uma bússola”.

Nesse percurso de certa forma aventureiro, “pode encontrar recantos escondidas e, certamente, ter mais oportunidades para falar com os habitantes locais”. “Sim, não poderá partilhar a experiência instantaneamente nas redes sociais, mas terá mais tempo de qualidade com os companheiros, em vez de estar constantemente a verificar ‘likes’ e a responder a comentários.” A experiência de detox digital “abre oportunidades para voltar a ligar-se com as memórias nostálgicas da infância há muito esquecidas e os velhos tempos nos quais provavelmente não pensava há muito tempo”. “Às vezes, cantarolar uma música antiga ou, simplesmente, jogar alguns jogos de infância pode ser o suficiente para levá-lo atrás no tempo.”

4. Reflexão

A dica mais importante “é refletir sobre a experiência da desintoxicação digital”. Todos “temos o nosso próprio relacionamento exclusivo com a tecnologia e beneficiaríamos muito em encontrar a melhor forma de alcançar um relacionamento mais saudável com ela”. “Tente usar a experiência como uma oportunidade para refletir sobre como um detox digital faz senti-lo e o que gostaria de fazer quando regressar ao agitado mundo tecnológico para ajudar a evitar que a sobrecarga digital se instale outra vez”, aconselha.

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