«É uma vergonha o que se está a passar», diz advogado de Bárbara Guimarães

José António Pereira Silva é o novo advogado de Bárbara Guimarães. O representante legal da apresentadora considera que os filhos da apresentadora e de Manuel Maria Carrilho são vítimas de violência doméstica.

Após a sessão de reabertura do processo de violência doméstica interposto por Bárbara Guimarães contra Manuel Maria CarrilhoJosé António Pereira Silva, advogado da apresentadora desde 9 de janeiro deste ano, mostra-se indignado com a exposição mediática a que os dois filhos menores do ex-casal, Dinis e Carlota, têm sido expostos.

«Estas crianças estão a ser vítimas de uma violência doméstica fortíssima e gravíssima e a comunicação social tem uma responsabilidades acrescida nisso. Porque está a expor e a permitir que os menores sejam expostos», destaca.

O advogado repudiou em específico as imagens divulgadas por uma reportagem da TVI transmitida no ‘Jornal das 8’, no passado dia 17 de janeiro, nas quais é possível ver-se agressões verbais e físicas entre a cara da SIC e o antigo ministro da Cultura. «Como advogado tenho o direito de proclamar bem alto a minha indignação e o que estranho é como é que o Ministério Público deste país assistiu sem fazer nada a determinados programas que eu vi na TVI». Acrescentando que a com comunicação social devia «ter dó destas crianças e poupá-las».

«O que eu sei é que há duas crianças que devem ser poupadas. É uma vergonha o que se está a passar»

José António Pereira Silva afirma que toda esta situação é uma «tragédia» para os filhos do ex-casal. «Aquilo que se está a passar é uma tragédia. A Bárbara está a lutar pela vida. Está com um cancro sabe-se lá provocado pelo quê». Para finalizar, o advogado, que sucedeu a Pedro Reis, ainda se mostra incrédulo com o facto do Ministério Público ainda não ter conferido o estatuto de vítimas aos menores. «Como é que o Ministério Público ainda não constituiu estas crianças vítimas também deste crime? A Convenção de Istambul é muito clara a esse respeito».

«Gostava de saber quem terá facultado as imagens à TVI»

O advogado da defesa de Manuel Maria Carrilho, Paulo Sá e Cunha, também teve algo a dizer sobre as polémicas imagens. O representante legal do arguido disse que gostava de saber onde e como a estação obteve acesso às mesmas, uma vez que não pediram acesso ao processo.

«O que eu gostava de saber é como é que foram [as imagens] foram obtidas. Sei que a TVI não requereu a consulta do processo, onde essas imagens estão», declara.

Paulo Sá e Cunha recorda que as imagens, que constam no processo, não eram de acesso público e que foram dadas à estação de Queluz de uma forma ilegítima. O advogado de Manuel Maria Carrilho ainda questiona se quem facultou e divulgou as imagens pensou no interesse supremo dos dois menores.

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Manuel Maria Carrilho tinha sido absolvido há um ano do crime de violência doméstica e de 22 crimes de difamação. Em dezembro, o Tribunal da Relação de Lisboa mandou reabrir o julgamento, aceitando o único recurso do Ministério Público determinando a reabertura da audiência.

Na altura, a juíza Joana Ferrer determinou que o pedido de apreciação do episódio de violência doméstica entre o casal no sótão da casa onde moraram, tinha sido feito demasiado tarde (perto do final do julgamento). O caso foi reaberto devido a este episódio e o julgamento voltou a ser tratado no Tribunal da Comarca de Lisboa. Durante o início da tarde desta quarta-feira, deu-se a primeira sessão, depois de ter sido adiado no passado dia 9 de janeiro.

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