Catherine Deneuve defende que os homens devem poder «atirar-se» às mulheres

100 mulheres, incluindo a atriz, escreveram uma carta polémica contra o movimento #metoo e declaram que os homens deveriam ser «livres para seduzir» e que o «flirt» não devia ser crime.

Se, por um lado, crescem os movimentos de apoio às denúncias de assédio e abuso sexual. Por outro, começam a ouvir-se vozes críticas contra «esta nova vaga de puritanismo». 100 mulheres do meio artístico francês – incluindo as atrizes Catherine Deneuve e Ingrid Caven e a escritora Catherine Millet – assinam um texto que defende, logo no título, que os homens devem ter a «liberdade de importunar» as mulheres.

«A violação é um crime. Mas tentar seduzir alguém insistentemente ou de forma desajeitada não é, nem o cavalheirismo é uma agressão machista». Assim começa a carta aberta destas mulheres publicada, esta terça-feira, 9 de janeiro, no jornal Le Monde.

Esta carta é contra os movimentos o #metoo – que denunciou casos de assédio sexual e violação e foi considerado a figura do ano 2017 da revista Time – e Time’s Up Now – que conseguiu que todas as mulheres se vestissem de negro nos Globos de Ouro. Estas mulheres defendem que tais movimentos provocaram uma «nova vaga de puritanismo» e apoiam-se num «discurso de ódio contra os homens». Embora refiram a necessidade de denunciar casos como do produtor Harvey Weinstein, sublinham que algumas acusações foram demasiado longe.

«Tudo o que fizeram foi tocar no joelho de alguém ou roubar um beijo»

Esta onda de acusações é, para as 100 mulheres, uma «febre para enviar ‘porcos’ para o matadouro». «Como mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo, que, além de denunciar o abuso de poder, assume um ódio aos homens e à sexualidade», escrevem. E acrescentam que estão «suficientemente conscientes de que o desejo sexual é, por sua natureza, selvagem e agressivo».

As autoras lamentam que os homens denunciados não tenham tido «oportunidade de responder ou se defenderem».

«Os homens têm sido sumariamente punidos, despedidos dos empregos, quando tudo o que fizeram foi tocar no joelho de alguém ou roubar um beijo. Têm sido arrastados para a lama ao falarem sobre temas de natureza íntima em situações profissionais ou por mandarem mensagens sexuais a mulheres que não retribuem as suas atenções», lê-se no documento.

 

 

 

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