Maria Botelho Moniz em lágrimas: “O meu valor não está no número das minhas calças. Parem”
Maria Botelho Moniz assume que se sentiu humilhada após ler as críticas à sua imagem escritas por Alexandre Pais. “Ninguém é público o suficiente para ser humilhado desta forma”, declarou.
Maria Botelho Moniz acedeu falar com Manuel Luís Goucha sobre a polémica em que se viu envolvida nos últimos dias devido à sua imagem. A apresentadora do ‘Dois às 10’, TVI, mostrou-se emocionada ao comentar as palavras do jornalista Alexandre Pais que a descreveu numa crónica do Correio da Manhã como uma “mulher simpática, mas robusta, com tendência para aumentar de peso e raramente usando roupa adequada às suas características”.
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Emocionada, Maria assume que o meu mais a magoou foi o facto de ter sido escrito que a sua imagem é um “desrespeito” para com o público. “Eu sou muito alta, tenho ombros de nadadora olímpica e rabo de Kardashian. Está tudo bem. Eu lido bem com isso, uns dias melhor, outros dias pior. Não preciso que um homem, com idade para ser meu pai, me diga isso. Eu não o conheço e aquilo que eu não entendo é o porquê. Parece-me gratuito e não me parece ter um objetivo. É humilhar-me? “, questionou, irritada.
Maria Botelho Moniz pediu, em lágrimas: “Tenho imensos looks por dia, não visto o 36, um 38 neste momento não me serve (…) O meu valor não está na etiqueta das minhas calças. Parem.”
Maria Botelho Moniz: “Não estou tão forte quanto achava”
A apresentadora conta que quando leu não ficou incomodada, mas acabou por se deixar afetar.
“Li e reli e reli e a cada leitura que fazia encontrava uma nova palavra, uma vírgula, um ‘mas’, a comparação com outras apresentadoras, o colocar em causa a minha dedicação. À décima vez que li, doeu. Eu coisas destas leio todos os dias há muitos anos, eu faço televisão faz este ano 18 anos. Eu já tive menos 5, menos 10, menos 20 quilos, e foi sempre posta em causa a minha imagem. Nunca foi posto em causa o meu talento e o meu profissionalismo e é esse que devia estar em análise. E quando à décima vez isto dói eu penso: ‘não estou tão forte quanto achava’ ou ‘eu já estou a normalizar aquilo que é escrito sobre mim todos os dias, eu já estou a ficar habituada’, isso não é certo”, disse.
Maria contou que sofreu a vida toda com a questão. “Eu nunca fui uma criança magra, sempre fui uma miúda atlética, sempre fiz imenso desporto, sempre tive um corpo de atleta. Quando comecei a trabalhar em televisão foi com esse corpo de atleta porque vinha dos EUA onde dançava quatro horas por dia. Com este ritmo de trabalho que nós temos, a alimentação deixou de ser a mesma, as idas ao ginásio e aos treinos deixaram de ser os mesmos, eu fiquei mais velha também, as hormonas são uma gaita e fui florescendo noutro sentido. Se isso me incomoda, às vezes, sim, outros dias, é-me completamente indiferente. O que me incomoda é isto ser um tema”, disse.
“Acho que não há ninguém que diga: ‘estou 100% confiante daquilo que sou e do corpo que tenho. Todos nós olhamos ao espelho e há ali uma coisinha que se tirava ou que se punha, mas é um problema meu, que eu tenho que lidar comigo, na minha cabeça, não é um tema que tenha que ser debatido em praça pública num artigo de opinião”, desabafou.
E mostrou-se irritada com o argumento de que as figuras públicas têm que se sujeitar a todas as opiniões. “Ninguém é público o suficiente para ser humilhado desta forma. Isto é tão injusto e é pura maldade. E qual é o objetivo, é fragilizar-me?”, lamentou.
No fim, Maria revelou que o seu pai foi um dos fundadores do jornal Correio da Manhã. “Mas não com estes princípios”, disse.
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Texto: Vânia Nunes; Fotos: Redes Sociais
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