Ana Bola de luto pela morte da mãe volta ao palco. «Não podes falhar»

Ana Bola vive Natal com tristeza. Atriz está de luto depois de a mãe ter partido. Dois dias após a perda irreparável, Bola voltou aos palcos.

Ana Bola de luto pela morte da mãe volta ao palco. «Não podes falhar»

Ana Bola vive Natal com tristeza. Atriz está de luto depois de a mãe ter partido. Dois dias após a perda irreparável, Bola voltou aos palcos.

Ana Bola, de 67 anos, vai viver este Natal com um semblante de tristeza. A atriz está de luto há um mês, quando a mãe, de 95, morreu, mas só no decorrer desta semana é que tornou público o momento de dor por que está a passar. Foi no podcast da Rádio Comercial Cada Um Sabe De Si, conduzido por Joana Azevedo e Diogo Beja, que Ana Bola revelou, para espanto dos radialistas, que estava a passar por um período de luto. E fê-lo no momento em que foi questionada sobre a forma como, por vezes, o trabalho que desempenha pode funcionar como uma terapia para fugir a problemas da vida pessoal.

«A minha mãe morreu há muito pouco tempo. Há três semanas… Tinha 95 anos. Já não estava bem há muito tempo», deixou escapar a atriz numa conversa gravada dias antes da divulgação da mesma. A TV 7 Dias soube, entretanto, que a morte da progenitora de Bola aconteceu no dia 20 de novembro, ou seja, há exatamente um mês. Nessa altura, estava em cena no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, com o espetáculo Casal da Treta, que protagoniza com José Pedro Gomes.

«Chorei nos intervalos», assume Ana Bola

A morte da mãe de Ana Bola obrigou, naturalmente, ao cancelamento de um espetáculo. Mas, no dia seguinte à cremação do corpo da progenitora, a atriz logo voltou a pisar as tábuas daquele palco. «A minha mãe morreu a uma quarta e, depois, foi cremada a uma quinta. Eu tinha espetáculo no Porto, mas, na sexta, fui fazer. E foi muito terapêutico. Foi muito, muito terapêutico. Ainda pensei: ‘Será que vou ser capaz?’. Mas, a partir do segundo em que se entra em palco, a vida cá fora acaba», apontou.

E explicou por que razão isso acontece: «Tens a plateia à tua frente. Não podes falhar, não podes sentir-te frágil. E o certo é que o facto de ter ido fazer espetáculos em vez de me ter escondido a chorar fez-me muito bem. Depois chorei nos intervalos, como é óbvio. E continuo e continuarei a chorar com saudades dela.» Até porque, sublinhou, aquilo «que se sente» em momentos como este «são saudades irremediáveis».

Atriz defende que mãe «esteve tempo demais a sofrer»

Antes, a atriz contou que viveu este momento de dor em silêncio para se resguardar, nomeadamente da Imprensa. Partilhou-o agora num discurso em que aborda a questão com naturalidade. «Eu via-a em sofrimento já há tanto tempo que achava que era quase uma misericórdia que ela fosse, que ela adormecesse. E até esteve tempo demais a sofrer, o que não faz muito sentido no fim da vida. Mas enfim. E houve uma noite em que ela foi, adormeceu», relatou.

Descrevendo a mãe como «uma mulher cheia de sentido de humor», que «teve uma vida bastante agradável e positiva», Ana Bola lamentou que os últimos anos de vida da mãe tenham sido com esta acamada. «Pensei sempre que ia sentir algum alívio por ela, porque já era insuportável vê-la daquela maneira. […] No dia em que ela partiu, fiquei em estado de choque. Se me dissessem ‘Queres a tua mãe aqui outra vez, mesmo como ela estava?’, eu dizia ‘Quero!’. Isto é de um egoísmo atroz», rematou.

Últimos dias da mãe em casa de repouso

Em julho, n’O Programa da Cristina, da SIC, Ana Bola já tinha falado sobre a luta interior que travava por não reconhecer na progenitora a essência que a caracterizava. E contou mesmo que se viu obrigada a deixar a mãe numa casa de repouso, por lhe ser impossível conciliar a sua profissão com o papel de cuidadora. «Isso, para mim, é o pior de tudo. Eu sempre imaginei que teria possibilidade de ter os meus pais comigo. E não tem a ver com falta de espaço, tem a ver com falta de tempo meu, porque ainda trabalho muito. E, sobretudo, tem a ver com a condição dela. Uma pessoa que está numa cama precisa de cuidados contínuos», justificou em conversa com Cristina Ferreira.

«Senti que a estava a depositar. Não gosto de chamar a casa de repouso de lar, porque, de facto, é uma casa de repouso com uma grande qualidade. É um hotel. Mas, de cada vez em que lá vou – e vou muito -, saio sempre um bocadinho doente. Não era aquilo que estava previsto. Mas o que é que se pode fazer? Pede-se ajuda a um médico. Os cuidadores passam maus bocados», lamentou.

Texto: Dúlio Silva; Fotografias: Impala e reprodução redes sociais

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