Ana Leal sobre psicóloga que quer curar homossexuais: «O que a senhora faz é criminoso»
Ana Leal falou sobre a sua crença religiosa, revelando ainda qual a posição da Ordem dos Psicólogos Portugueses face às queixas resultantes da reportagem.
A reportagem da jornalista Ana Leal, transmitida esta quinta-feira, dia 10 de janeiro, na TVI, deu a conhecer uma psicóloga cujo objetivo é «curar os homossexuais». Perante a polémica gerada em torno do seu trabalho, a jornalista revela, em exclusivo ao site da TV7 Dias, a sua posição face ao tema e diz qual foi a reação da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
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Maria José Vilaça, a psicóloga que surge na reportagem filmada com câmara oculta, é responsável por sessões de «aconselhamento espiritual» numa Igreja em Lisboa que visam «curar os homossexuais». Assumidamente católica, a fé desta psicóloga está intrinsecamente associada a estas alegadas terapias. Algo que a jornalista da TVI considera serem «práticas perfeitamente medievais».
«Eu sou católica apostólica romana, praticante. E, portanto, acho inacreditável que muitas pessoas estejam a evocar o meu Deus, que é da Igreja Católica, para pactuar com esta práticas. O meu Deus é um Deus que acolhe toda a gente, inclusivamente homossexuais. Esse é o meu Deus, é o Deus de alguém que é praticante, que é o meu caso, que é o Deus do Papa Francisco», afirma.
«O que está aqui em causa é o interesse público»
Esta quinta-feira, 10 de janeiro, após a transmissão da reportagem seguiu-se um debate na TVI 24 onde Maria José Vilaça esteve presente. Minutos depois, a psicóloga abandonou o estúdio, algo que, para Ana Leal, só confirma o que é retratado na reportagem.
«Eu entendi aquilo como uma fuga para a frente e que não tem qualquer consistência com o que a senhora disse porque o país inteiro ouviu cerca de 33 minutos das sessões, em que ela disse o que disse», revela a jornalista da TVI.
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Perante as ameaças de processo judicial da psicóloga, Ana Leal diz estar «de consciência tranquila».
«Isso resolve-se em tribunal. Eu não tenho a menor dúvida da obrigatoriedade em fazer aquela reportagem. O que está aqui em causa é o interesse público. Denunciei aquilo que noutros países é um crime. O que a senhora faz é criminoso», acrescenta.
Sobre o cruzamento entre a profissão e as suas crenças religiosas, Ana Leal refere não ter sido «uma reportagem fácil», no entanto necessária. «Eu acho que é o maior sinal de independência da minha parte. Eu sou, e volto a dizer, católica praticante. Portanto, do ponto de vista pessoal, estamos a falar de uma coisa que obviamente é muito profunda para mim. Foi uma decisão difícil, agora como jornalista não tenho a menor nenhuma de que tinha de o fazer», confessa.
Leia o resto da entrevista no site da TV7Dias
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Texto: Marisa Simões - Conteúdos Digitais
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