Anjos foram recebidos por Cristina Ferreira e Cláudio Ramos no Dois às 10 para falar sobre o processo judicial que avançaram contra Joana Marques. Em causa está uma sátira feita pela humorista direcionada ao vídeo polémico da banda a cantar o hino nacional, num evento da MotoGP, em 2022. A atuação ficou marcada por vários problema técnicos e momentou ficou bastante viral.

“Nós desde o início que dizemos que devemos respeitar aquilo que significa a justiça. Porque somos completamente contra aquilo que são os julgamentos na praça pública, porque nós nunca temos informação de todas as partes, porque não sabemos, porque depois as pessoas podem julgar isto de maneira errada (…) E nós prometemos a nós próprios, à nossa família, à famíla da nossa equipa, toda a gente que foi afetada, sermos os adultos na casa”, começou por explicar Nélson Rosado.

Anjos pediram satisfações aos responsáveis do evento

“Os acontecimentos da última semana foram muito graves (…) O passar para a opinião pública uma ideia completamente errada do que está aqui em causa”, apontou. Recorde-se que o duo pede uma indemnização de um milhão de euros por danos patrimoniais. Por parte da locutora de rádio não houve qualquer proposta, então nunca se chegou a um acordo. “A Joana Marques está a ser processada por nós e por estas duas empresas, que ainda têm de pagar a pessoas que ficaram sem ganhar os seus rendimentos, porque a Joana Marques adulterou, ela trocou, ela manipulou uma informação digital e isso causou danos”, justificou.

Sérgio Rosado aproveitou o momento para recuar nos acontecimentos e contar o que realmente se passou no evento da MotoGP. Após percorrerem cerca de 700 quilómetros até ao local, a banda testou o som e estava tudo a funcionar perfeitamente. Ao chegarem a casa, no dia seguinte, os irmãos ficaram surpreendidos com o que passou na transmissão. “Junto da organização (…) pedimos satisfações”, revelou. Segundo Nélson, a empresa responsável, Dorna, responsabilizou-se pelos problemas técnicos e emitiu um pedido de desculpas.

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Cantores tentaram entrar em contacto com a comediante

Além disso, a dupla recebeu uma “onda de ódio” após a performance controversa. “Desde ameaças de morte, a nós e aos nossos”, ressaltou. “Nós estávamos a regressar de pandemia, foi esse o receio das pessoas que nos contraram (…) de certeza que estavam à espera de alguma coisa noutros concertos e nós ficámos completamente chocados também porque nos estavam a cancelar trabalho precisamente por causa disso, não faz sentido nenhum”, salientou Sérgio.

“Nós fizemos de tudo para evitar isto”, garantiu Nélson. “Eu tentei-lhe ligar e estava sempre impedido, durante quatro horas”, confessou. O músico adiantou ainda que, na altura, esses espetáculos estavam marcados nas comunidades portuguesas presentes no estrangeiro e os organizadores não queria arriscar avançar com os eventos, sabendo que o grupo estava a ser ridicularizado na Internet. A adicionar, também perderam dois grandes patrocínios de campanhas digitais.

“Estamos à espera que aconteça uma tragédia?”

“Quatro dias depois da minha tentativa de contacto, enviámos uma carta registada onde explicámos exatamente aquilo que tinha acontecido (…) ‘por favor, retira o vídeo’“, pediu. “Nós não temos nada a ver com os vossos problemas técnicos (…) É a vossa responsabilidade, vocês são figuras públicas, é a minha liberdade expressar uma opinião”, responderam as advogadas da humorista. “O ângulo era ridicularizar ainda mais o momento que aconteceu e ela ignorou tudo isso”, reiterou o cantor. Ao todo, são cerca de 28 pessoas que ainda não foram ressarcidas.

Cláudio Ramos trouxe a hipótese do processo judicial dar mais atenção ao vídeo publicado pela dona do Extremamente Desagradável. “Os estragos já estão feitos”, disse Sérgio. Anjos também confirmaram que nunca tentaram chegar a um acordo financeiro antes de levar o caso para a justiça. “Para nós, bastava retirar o vídeo na altura”, afirmou Nélson. “A minha filha de nove anos sofreu bullying na escola”, recordou Sérgio.

“O vídeo da Joana Marques é o único onde nós não aparecemos a cantar o hino nacional na sua totalidade”, acrescentou o irmão. Segundo consta, o momento foi, inclusive, compartilhado por páginas ligadas à extrema-direita e ao nacionalismo. “Estamos à espera que aconteça o quê? Uma tragédia, um dia destes? Que alguém se suicide por vítima de bullying?”, ponderou. O membro destacou que, após a sátira ser publicada, o duo continuou a ser “ridicularizado” no podcast da Rádio Renascença.

A NOVA GENTE esteve à conversa com os Anjos

Texto: Luís Sigorro; Fotos: Impala/Redes Sociais

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