Atleta Olímpico Judoca assume homossexualidade e revela tentativa de suicídio
Célio Dias é o primeiro atleta a assumir homossexualidade publicamente.
É um testemunho arrepiante na primeira pessoa. Célio Dias, de 25 anos, enfrentou várias provações que o tornaram mais forte. O judoca tentou, por duas vezes, o suícido, é o primeiro atleta português a assumir publicamente a homossexualidade e sofre do síndrome esquizo compulsiva, do quadro da família da esquizofrenia.
As revelações foram feitas ao jornal Record, como refere Célio, que se assume feliz com o resultado final. Através das redes sociais escreveu que nesta conversa conseguiu mostrar a própria «vida com frontalidade e sem tabus».
«Numa conversa íntima, pessoal e sem formatações falei», afirma inicialmente. «Falei da minha doença mental, do crescimento no bairro social, da minha família e da minha homossexualidade – sou o primeiro atleta português a assumir-me publicamente», rematou.
Os problemas mentais surgiram após a eliminação dos Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, Brasil. Desde então a vida do judoca mudou. Entrou num período de depressão, tentando, posteriormente, o suícido por duas vezes. Chegou a estar internado na ala de psiquiatria do hospital Garcia de Orta, durante quatro dias.
Prestes a abandonar o Benfica, para se juntar ao clube de judo Construções Norte-Sul, de Almada, Célio assume que sempre soube que era homossexual.
Seguidores reagem às revelações de Célio Dias
Após revelar a entrevista nas redes sociais, os seguidores do atleta quiseram mostrar todo o apoio. «És o meu herói Célio Dias, tu és um guerreiro e a tua coragem transcende um oceano inteiro de esperança», «és grande, enorme! Que daqui para a frente tudo te sorria sempre» e «mais importante do que se ser grande é ser especial. Tu és ambos», são alguns exemplos de mensagens
O agradecimento do atleta
Já na manhã desta quarta-feira, dia 28 de fevereiro, Célio Dias mostrou-se agradecido por todo o apoio que tem recebido.
«Muitas pessoas me têm dado os parabéns pela minha personalidade e pela coragem de ter sido o primeiro atleta olímpico em Portugal a expôr socialmente a sua homossexualidade e a sua doença mental. Sinto-me lisonjeado por receber tanto amor e agradecido a Deus por estar a viver este momento na minha vida. Quero agradecer primeiramente aos meus pais que com o seu casamento de 48 anos me ensinam todos os dias que o amor é a resposta para todos os tipos de discriminação; quero agradecer à minha família pelo apoio incondicional e por me ter ensinado que é nas minhas origens que está a minha força; quero agradecer à minha professora de Filosofia Joana Rigato por me ter ensinado a assumir um espírito crítico perante a realidade concreta e objectiva e por me ter dado as ferramentas necessárias para acreditar que todo o Mal é a expressão da falta de amor e educação; quero agradecer à Telma Monteiro por ser uma referência na minha vida e por me ter ensinado que as grandes conquistas são feitas fora do tapete; quero agradecer ao meu treinador Go Tsunoda que me ensinou a lutar com amor no coração e com um espírito de nobreza! De forma geral, quero agradecer a todos os meus heróis anónimos que me ajudam a estruturar a minha mentalidade e personalidade. Para todas as pessoas que sofrem de doença mental quero dizer que não estão sozinhas e que tenham a coragem de aceitar a sua condição; é possível viver uma vida equilibrada e funcional, acreditem em vocês! Para a comunidade LGBT quero enviar uma mensagem de esperança e aplaudir todos aqueles que lutam pelos direitos e por uma sociedade mais congregadora e saudável! É um privilégio ser atleta e levar um testemunho de vida para todos aqueles que estejam abertos a ouvir a minha mensagem. Obrigado Portugal!»
Fotos: Reprodução Facebook e Instagram
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