Exclusivo: Carlos Costa conta tudo depois de dar um concerto na nossa redação
Cantor fez um miniconcerto na redação dos sites da Impala esta sexta-feira e falou sobre alguns aspetos da sua carreira.
Ficou conhecido do grande público desde que, em 2009, foi um dos principais concorrentes do talent-show da SIC ‘Ídolos’, apresentado por João Manzarra e Cláudia Vieira. Atualmente, faz parte do elenco de artistas que participa no formato de mais sucesso da TVI ‘A Tua Cara Não Me É estranha’ e foi esse o mote para que Carlos Costa fosse dar um miniconcerto na World Impala Net (WIN), a redação responsável por todos os sites do grupo Impala.
Com transmissão em direito na página de Facebook da Nova Gente, o madeirense de 25 anos entre perguntas dos jornalistas e do público que assistia ao showcase através da Internet cantou três canções. «All Of Me» de John Legend, «Secretamente» de Rita Guerra e ainda «A Bela e o Monstro», canção que faz parte da banda sonora do filme da Disney com o mesmo nome da música e que é interpretada também por Rita Guerra.
Sem pudores ou restrições, leia a entrevista sincera que o jovem artista deu esta sexta-feira ao nosso grupo.
A relação com o público
Carlos Costa, ainda tem receio de algumas perguntas que lhe possam fazer?
[Risos] Eu acho que… Bem, com tantos anos disto, acho que já não tenho medo. Se não gostar da pergunta, passo à frente!
Mas, por norma, responde sempre a todas as perguntas…
Por norma sim, claro!
Então a primeira pergunta é de encomenda dos nossos leitores e espetadores. Quando é que regressa à Madeira para um concerto?
Estive para lá ir dia 23 deste mês, à Semana do Mar, mas por motivos de agenda, não conseguimos fechar o contrato. Mas tenho muitas saudades da Madeira.
Como é que se reage quando o público afirma que o Carlos tem uma das vozes mais bonitas de Portugal?
Isso é um elogio muito grande. À parte de todo o boneco, de toda a personagem, que se foi criando ao longo dos anos, a minha base é ser cantor. A minha escola é mesmo essa e esse sempre foi o meu objetivo desde pequeninito. Receber esses elogios da parte do público significa tudo. É o culminar de tudo. É o mais gratificante.
A criação da ‘personagem’ Carlos Costa
Falando em boneco. Esta ‘persona’ que hoje vemos foi construída por si ou foi imposta por alguém?
Há muita gente que canta muito bem, muitos deles melhor que eu e com uma técnica irrepreensível, e que não têm trabalho. Têm que estar constantemente, a toda a hora, a mendigar por um cantinho, por um microfone, por uma oportunidade como esta.
Esta personagem começou a ser construída com base naquilo que eu sou, que eu acredito e que eu defendo. Cantar, representar, dançar por exemplo. Mas também a defesa pelos direitos à igualdade. Também apostei na excentricidade, se não passava despercebido. Não passava de alguém com talento que participou no programa X ou Y, mas acabava por aqui. Ninguém ia olhar mais para mim.
Quando eu comecei no programa ‘Ídolos’, vindo da ilha da Madeira, eu senti que houve uma força para que eu fosse excêntrico, uma espécie de Mickael Jackson, Adam Lambart, ou mesmo de Prince. Então, isso tudo foi-se construindo.
Estes três cantores, dois deles míticos até, são a sua grande fonte de inspiração?
Sim, mas nunca foi imperativo que eu me assemelhasse a qualquer um deles. Mas sim, baseei-me no lado mais excêntrico, mais andrógeno, de cada um deles para construir o que sou hoje. Eu sei que quase que roça ali no feminino. Depois tudo foi evoluindo. Juntei aspetos de gosto pessoal e com propostas que me foram feitas. Tudo se construiu o que acabou por rebentar neste Carlos.
Mas o Carlos que está aqui ao pé de mim não é só isto. Há em si um bocadinho de Beyoncé, de Pabllo Vittar.
[Risos] Sabes que isso é uma coisa que me irrita solenemente. [Risos] Irrita-me compararem-me a Pabllo Vittar. O Pabllo Vittar é um fenómeno recente, tem dois anos, eu estou cá há uma década. Mas não lhe tiro o mérito! Até acho que todos devíamos estar gratos ao Pabllo Vittar. Ele veio trazer e representar algo de muito importante para todos. Mas à parte de tudo isto, ao Pabllo não vou «beber«. «Bebo» imenso de Beyoncé, Jennifer Lopez. Mas também no John Legend, Josh Gorgan, entre outros. Adoro ouvir Andrea Bocelli, música comporânea, até oiço música lírica. Eu na verdade oiço um bocadinho de tudo. A junção disto tudo é Carlos Costa.
Falámos de vários estilos. Mas faltou um. Recentemente interpretou Mariza na gala da ‘A Tua Cara Não Me É Estranha’. Qual é a sua relação com o Fado?
É de profunda admiração. Eu tenho uma ligação profunda ao Fado corrido, mais alegre e ao Fado mutante que é um estilo que tem outros instrumentos e que não está preso à guitarra e à guitarra portuguesa. Eu gosto de poemas mais alegres. Não gosto do Fado que canta só o ‘destino’, o ‘destino nem sempre é bom. Mas é de profunda admiração. Eu adoro ouvir Mariza. Adoro a garra dela em palco, inspira-me imenso. Cada vez que ela abre a boca para cantar é um estrondo. Outra pessoa que me inspira no Fado é a Yola Dinis, que canta fenomenalmente. Sempre que posso, vou vê-la e ouvi-la ao Bairro Alto. Ela consegue fazer coisas fantásticas com alma portuguesa.
E o Carlos tem essa ‘alma de fadista’?
Eu acho que sim. Aliás, eu acho que todos os portugueses têm. Quanto muito porque todos percebemos a letra que está a ser cantada e nalgum ponto da canção toca nalguma verdade e afinal, no Fado canta-se o nosso destino.
Concerto na redação WIN e músicas escolhidas
Um dos temas cantado aqui na WIN foi o megahit do John Legend ‘All Of Me’. O que é que significa para si este tema?
Esta canção foi a que levou à vitória na primeira gala de ‘A Tua Cara Não Me É Estranha’ e por isso é especial. Desde que a cantei pela primeira vez, tenho feito alguns arranjos para se adaptar mais a mim.
John Legend é uma paixão?
Sim, claro! Eu adorava ter este homem a cantar para mim. Tem um ótimo timbre que faz com que qualquer música que ele cante, as pessoas saibam logo que é o John Legend.
A escolha de John Legend sai um pouco da sua trajetória, já que o Carlos Costa que conhecemos vai beber mais à Pop do que ao R&B…
[Risos] Na verdade, eu sou muito mais do R&B. Com a Pop consegues fazer muito pouca coisa. Com o R&B consegues fazer muita coisa, porque este estilo vai buscar coisas à Soul, ao Jazz, à Blues… A minha escola passa mais pelo R&B, apesar de, como sou mais festivo, canto mais Pop.
«Secretamente» de Rita Guerra foi a sua segunda interpretação nesta tarde. Que significado tem esta canção para si?
Eu já canto Rita Guerra há imenso tempo. Eu lembro de ser pequeno, para ai em 2003 ou 2004, e de ter ido assistir a um concerto da Rita, em São Vicente, na Madeira, e tive oportunidade de falar com ela e de lhe pedir um autógrafo. E isto porque achei tudo fantástico. A presença dela em palco, o timbre da voz dela, tudo inconfundível. Toda agente sabe que é a Rita.
Eu também sou um fã da Disney e a Rita está lá quase sempre, em algum momento. Por isso, quando a oiço, lembro-me da minha infância, de tudo aquilo que é mágico, que é sentimento, que é profundo.
De certa forma, a Rita Guerra é uma heroína para ti?
Sem dúvida, pelo menos a nível nacional. Quando me perguntam quem é a tua artista favorita, eu respondo logo Rita Guerra. Gosto de muitas outras, mas a Rita tem aquela voz…
Já referimos ao longo da nossa conversa várias vezes o programa ‘A Tua Cara Não Me É Estranha’. Como é que correu esta experiência?
As gravações já acabaram há algum tempo, final de fevereiro, creio eu.
Texto: André Silva Carvalho com João Monteiro de Matos | Fotos: Direitos Reservados
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