Carolina Carvalho Conta como foi difícil gerir a carreira e um filho pequenino: “Há um sentimento de culpa”
Carolina Carvalho começou a gravar Papel Principal quando Lucas tinha apenas três meses. Agora, que o bebé tem um ano, garante que não seria capaz de ter uma carga horária igual.
Todos os dias, às 7h10, Carolina Carvalho saía de casa para gravar a novela ‘Papel Principal’ e só regressava por volta das 20h30 ou 21h00. A atriz abraçou de alma e coração a protagonista Aurora da novela da SIC, mas o seu filho Lucas tinha apenas três meses na altura. Agora, que olha para trás, não esconde como essa foi uma fase dura da sua vida. “Para mim foi uma escolha difícil ter começado a trabalhar tão cedo com a carga com que comecei. Eu gravava de segunda-feira a sábado. Isso foi muito difícil, lidar com o sentimento de culpa.
O meu filho ficou sempre com a minha mãe, que foi morar connosco. E ela levava-o ao estúdio e eu acabava por estar muito com ele. Mas há um sentimento de culpa que vem sempre”, contou a atriz no podcast de Rita Ferro Alvim, N’A Caravana. “Havia semanas muito difíceis, mas não me arrependo. Eu adaptei as rotinas do Lucas às minhas. Ele levantava-se às 5h30 da manhã para eu poder estar com ele até às 7h10 e depois dormia mais durante o dia. Eu adaptei-o à minha vida. E quando se trata de maternidade toda a gente tem uma opinião e o mais fácil é criticar. E isso era uma coisa que me custava muito”, acrescentou.
Apesar de todas as dificuldades, a atriz garante que se fosse hoje em dia seria muito mais complicado. Lucas completou um ano a 26 de janeiro e tem agora uma maior perceção do que se passa à sua volta: “Eu preferi fazer esta novela nesta carga horária enquanto ele era muito pequenino. Agora não aceitaria. Ele já mostra que sente a falta. Acho que agora me iria custar muito mais.”
Oriunda de uma família de sete filhos (Carolina é a mais velha), a atriz tem tentado seguir os conselhos da mãe e garante que, no que toca à maternidade, tenta ao máximo simplificar. “Somos cinco mulheres e dois rapazes. Somos muito unidos. Os meus irmãos são os meus melhores amigos, mesmo! É uma bênção ter tantos irmãos. Mas não quero ter sete filhos. Quero ter dois ou três. Agora que tenho um digo: ‘Ó meu Deus, como é que se gere?’ Eu sou muito prática, simplifico tudo, e isso aprendi muito com a minha mãe. As pessoas dizem-me que o Lucas parece o Tarzan. Faz tudo, anda sempre descalço, com uma cenoura na boca ou com uma maçã.”
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Um namoro que demorou a acontecer
Lucas é fruto da relação de Carolina Carvalho e David Carreira, um namoro que a atriz tentou evitar durante anos, mas que acabou por funcionar e há sete anos que o casal está junto. “O David tinha tentado fazer algumas aproximações muitos anos antes, às quais eu nunca correspondi. Sempre achei que o David não tinha nada a ver comigo. Nós tínhamos o mesmo estilista [Diogo Raposo Pires] e ele estava-me sempre a dizer que eu tinha de conhecer o David. Deve ser supermulherengo [pensava]. Eu tinha uma ideia dele muito errada”, lembrou a Rita Ferro Alvim.
E passaram três anos até que o tão aguardado encontro acabou por acontecer. “Nós [Carolina e Diogo Raposo Pires] tínhamos ido a um evento. Ele ia cantar nesse evento e eu era embaixadora da marca. Eu nunca tinha visto uma atuação dele e, quando ele desce as escadas, vinha a cantar uma balada, e eu: ‘Ai, meu Deus’. Houve uma pequena faísca”, confessou Carolina. O estilista dos dois acabaria por levar a atriz a casa de David para um jantar de amigos e a faísca entre ambos rapidamente se transformou numa chama.
“Desde esse dia que estamos juntos até hoje. Passado uma semana estávamos a morar juntos. E passaram sete anos e eu continuo a olhar para ele e a admirá-lo muito. Os olhos de encanto continuam a ser os mesmos daquela miúda que naquela noite foi jantar com ele. Somos muito parceiros, aconselhamo-nos muito um com o outro. Confio muito na opinião dele”, revelou a atriz.
“Eu era sopinha-de-massa”
A atriz tinha apenas 14 anos quando foi escolhida para fazer uma novela através de um casting. Mas nem tudo correu como Carolina Carvalho esperava. “Eu era um bocadinho sopinha-de-massa. Quando estava a fazer texto de representação ou a cantar, deixava de ser. Fui para a escola dizer a toda a gente que ia fazer uma novela, superfeliz.
E de repente, quando vamos para os ensaios, há uma pessoa que se apercebe que eu sou sopinha-de-massa e o meu papel era a filha de uma terapeuta da fala. Então eles disseram: ‘Lamentamos imenso, mas não dá’. Na altura teve um impacto tão grande em mim”, revelou a Rita Ferro Alvim. Mas o bichinho da representação esteve sempre lá e, tantos anos passados, a atriz é uma das figuras mais conhecidas da sua geração.
Perdeu-se uma médica, ganhou-se uma atriz!
Carolina Carvalho estudava Medicina quando decidiu abraçar a tempo inteiro a carreira de atriz. Mas os sinais de que o seu caminho profissional passava pela representação e não pelos corredores de um hospital começaram a surgir anos antes. “Desenvolvi uma fobia ao sangue. Vejo sangue e desmaio.
Na altura fui ao psicólogo ver o que se passava e fiz terapia. E isso surgiu por volta dos 17 anos e foi um mecanismo de defesa do cérebro. E ainda agora na novela, num ensaio em que se usava uma tesoura, cortei-me na mão e desmaiei. Tive um ataque de pânico. Acho que nunca irei ser médica”, explicou a atriz, que deixou apenas duas cadeiras por concluir na faculdade: “Deixei duas cadeiras por fazer no último ano porque comecei a gravar a Rainha das Flores e o Amor Maior”.
Carolina Carvalho partilha vídeo com Lucas
Texto: Andreia Valente; Fotos: Impala/Redes Sociais
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