“O amor salva-nos sempre. Mesmo depois de uma grande deceção amorosa, teres a coragem de continuar a amar e deixares que te amem de vez em quando, estás salvo.” As palavras são de Catarina Furtado durante uma conversa com Bernardo Mendonça no podcast A Beleza das Pequenas Coisas. Há pouco mais de um ano, a notícia de que Catarina Furtado e João Reis tinham decidido colocar um ponto final num casamento de 18 anos surpreendeu tudo e todos.

A apresentadora e o ator, pais de Beatriz, atualmente com 18 anos, e João Maria, com 16, eram a imagem do casal perfeito. Quase 13 meses após ter tornado público o fim da relação, Catarina garante que ainda está a digerir o seu divórcio. 

“Aprende-se a recordar essencialmente os bons momentos. É um exercício que tens mesmo de fazer. Tudo parte da tua vontade em querer mesmo que o filme que foi a tua relação seja o filme que tu escolheres ter sido. Não é deturpar uma realidade. Mas 18 anos depois eu escolho o filme que quero escolher. Em 18 anos houve coisas maravilhosas na nossa relação. Nós casámos por amor. Nós tivemos dois filhos por amor. Tenho dois enteados que amo. E como em todos os casamentos há coisas que são muito menos glamorosas, mesmo sendo duas figuras públicas. Não é só um balanço, é um luto também”, frisou, explicando algumas das causas que conduziram ao fim do matrimónio.

“Nas relações há os altos e baixos e há as acusações: ‘Ó João, foste tu que fizeste isto, isto e isto’. E ele diz: ‘Foste tu que fizeste isto, isto e isto’. E passado um tempo – e eu tenho a sorte de ter o João como amigo, e vice-versa –, eu consigo ver. Consigo ver que vou ser uma muito melhor namorada do próximo namorado. Tenho a noção clara de que errei muito, achando que não estava a errar, e que a culpa era só dele”. 

“As nossas diferenças, imensas, afastaram-nos”

A apresentadora assume que ela e o ex-marido sempre foram muito diferentes um do outro e que essas diferenças travaram a evolução de ambos enquanto casal. “Quando nos conhecemos, as nossas diferenças foram um íman. E foi paixão e depois amor, senão não tinha durado 18 anos. Mas 18 anos depois as nossas diferenças, imensas, afastaram-nos. E há uma evolução individual de cada um. E às vezes as pessoas conseguem dar a mão e evoluir de mão dada. Outras vezes estão a evoluir em caminhos separados e já não há cumplicidade, e não estou a falar das rotinas. Não foi fácil a separação. É um projeto de vida. Eu casei pela Igreja. E dizer aos nossos filhos que aquilo falhou… Eu sou perfeccionista. Mas ao mesmo tempo penso que aquilo que aconteceu foi porque era inevitável. Não foi gratuito. Nós já não conseguíamos evoluir os dois juntos. E se calhar até a sombra um do outro prejudicava. Porque eu sou muito luz, o João é mais introspetivo”, confidenciou.

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O medo de envelhecer

Apesar de ser um dos rostos mais bonitos da televisão portuguesa, o passar da idade e as transformações enquanto mulher são algo que têm assustado Catarina, que não esconde o que sente. “Não é uma coisa fácil de digerir, mas quando fiz 50 foi um momento para tratar de mim. Fui lá abaixo e disse: ‘Assume que estás com medo! Assume que estás com medo do envelhecimento. Assume que as rugas te estão a assustar.’ A idade tem-me dado coisas muito contraditórias. Tem-me dado uma liberdade acima do normal, uma tranquilidade.”

Texto: Andreia Valente; Fotos: Impala e D.R.

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