César Mourão abdica de cachet em espetáculo para dividir por músicos e técnicos
César Mourão prova, mais uma vez, que está ao lado dos profissionais que trabalham consigo nesta fase de pandemia da covid-19, em que grande parte de músicos e técnicos está sem trabalho.
César Mourão mostrou mais uma vez a sua generosidade. O humorista vai fazer um espetáculo no Campo Pequeno, dia 27 de novembro, e revelou que vai abdicar do seu cachet para o dividir entre todos os que trabalham com ele, nesta fase de pandemia de covid-19, em que grande parte dos artistas e técnicos ligados à Cultura estão sem trabalho.
“Hesitei em fazer este post, porque até já fiz o mesmo sem o dizer, mas serve para que seja mais um alerta”, começou por escrever, como legenda de uma fotografia sua em palco. “Não cancelem espetáculos, há mesmo muita gente sem trabalho. Dia 27, farei Campo Pequeno e abdicarei do meu cachet para dividir pelos meus músicos e técnicos”, acrescentou.
César Mourão explicou ainda uma das razões por que tomou esta iniciativa: “Estão comigo há muitos anos, tenho de estar com eles neste. O dinheiro do vosso bilhete será mais do que bem empregue”.
“Gesto profundamente solidário e altruísta”
Esta não é a primeira vez que uma atitude destas de César Mourão é tornada pública. Em abril, alguns atores, técnicos e músicos que trabalham com o humorista – Carlos M. Cunha e Gustavo Miranda, os músicos Nuno Oliveira, Guilherme Marinho e Jaume Pradas, o técnico de luz Vasco Silva, o técnico de som Alfredo Luís e o roadie João Gabriel – assinaram um comunicado, dando conta do “gesto enorme” do “parceiro de luta, de trabalho e de vida”
No dia 24 de abril, a empresa gerida por César Mourão, Aquele Abraço, comunicou aos trabalhadores envolvidos no projeto Commedia a la Carte que, “apesar de quase todos os trabalhos até julho terem sido anulados ou adiados, sem data prevista para a sua realização, e consequente perda de rendimentos até esse período, a empresa […] iria assumir a totalidade dos nossos cachets para um grande número de datas e metade do cachet para as restantes.”
“Num momento tão difícil e complicado como aquele em que todos nos vimos enredados, causado por esta terrível pandemia que fez parar o Mundo, os gestos de grandeza intelectual e humana tomam uma proporção muito maior aos mesmos num período dito normal, onde as nossas fragilidades não estejam tão expostas”, considerou o staff do projeto de comédia de improviso.
Assim, e “numa altura em que o que mais vemos e lemos é um ‘salve-se quem puder’, um tão nobre gesto para colegas de palco, sejam eles atores, músicos, técnicos e roadies, não nos podia deixar sem um agradecimento público, pois era demasiado indigno e injusto que outros desconhecessem esta tomada de posição por parte de César Mourão”, escreveram os oito profissionais.
Carlos M. Cunha, Gustavo Miranda, Nuno Oliveira, Guilherme Marinho, Jaume Pradas, Vasco Silva, Alfredo Luís e João Gabriel terminam, expressando a vontade de que a ação de César Mourão seja reproduzida noutras empresas: “Que a este gesto profundamente solidário e altruísta outros com as mesmas condições se sintam também motivados a praticar o Bem e a Solidariedade para com todos os que os ajudam diariamente a atingir os objetivos próprios.”
“Ao César Mourão, em nosso nome e das nossas famílias, muito obrigado!”.
Texto: Patrícia Correia Branco; Fotos: Impala e reprodução redes sociais
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