A madrugada de 19 de dezembro de 2022 assombra a cabeça de Raquel Madeira, mãe da cantora Claudisabel, quase todas as horas dos seus dias. À 1h35, daquela fatídica noite, perdeu o seu “bem maior” num acidente na A2 e, quase dois anos passados, a dor não parece ter diminuído, sobretudo porque sente que ainda não foi feita justiça. Em entrevista a Duarte Siopa, na CM Rádio, Raquel, que estava ao telefone com a filha no momento do embate, recordou que percebeu no imediato que algo de muito grave tinha acontecido com a artista. “Eu falei 45 minutos seguidos com ela. Ela nunca se queixou que estava maldisposta ou que estava cansada. E parar o carro é completamente inverosímil. Disseram que ela estava com os piscas ligados e o triângulo posto, mas o triângulo estava dentro do carro. E eu sabia que ela não tinha parado. Estávamos em alta voz e, se ela tivesse aberto a porta, eu tinha dado por isso”, começou por explicar ao comunicador, desmentido a versão de que Claudisabel estaria com o carro imobilizado na berma no momento da colisão.

 

“Eu é que liguei para ela. Eu adormeci logo a seguir ao programa [Claudisabel tinha estado a atuar no programa Domingão da SIC]. Ela foi para os camarins, porque o camião [do Domingão] não estava no sítio dos camarins e dos caterings, e ela disse que ia despir-se, limpar a maquilhagem e ia comer. E eu estava no sofá e adormeci. Acordei e fui eu que liguei para ela”, recordou. “A Raquel vem a falar com ela e ouve um barulho?”, questionou Duarte Siopa. “O barulho foi muito tempo. Pensei que tivesse deixado cair o telemóvel, mas foi demasiado tempo. O telefone desligou-se. Eu voltei a ligar e ele tocou. Liguei quatro, cinco, seis vezes e não atendeu. Entrei em parafuso, completamente. Sabia que ela tinha tido um acidente. Pensei que tivesse sido ela sozinha e que estava num sítio qualquer e necessitava de ajuda”, respondeu Raquel.

 

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Texto: ANDREIA VALENTE; Fotos: IMPALA e D.R.

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