CNN Portugal Jornalista cercada no Bairro da Portela: “Faca enorme”

Carolina Resende Matos trancou-se dentro do carro de reportagem da CNN Portugal, mas estava sem a chave do carro para escapar do tumulto…

CNN Portugal Jornalista cercada no Bairro da Portela:

A morte de Odair às mãos de um polícia provocou tumultos em vários bairros na zona Metropolitana de Lisboa, com vários focos de incêndio. 

A equipa de reportagem da CNN Portugal estava em trabalho no Bairro da Portela quando foi confrontada por moradores e tanto a jornalista, Carolina Resende Matos, como o repórter de imagem, Guilherme Agostinho, foram obrigados a fugir. Porém, o terror veio depois…

“Vi o Guilherme a fugir. Pensei que ele ia entrar no carro e fechávamos e seguíamos, mas o Guilherme desapareceu. Eu entrei dentro do carro, vi que ele não vinha e fechei-me. Desapareceu o Guilherme, eu pensava que eles estavam a espancá-lo ou alguma coisa do género, porque eu pensava até que ele tinha fugido para trás do carro e só depois é que eu percebi que ele fugiu para a frente, mas eu não o vi. Eram uns sete ou oito a tentar partir o vidro, a mandar-me abrir o carro. Eu dizia que não tinha as chaves, depois eles diziam ‘vai-te embora, vai-te embora, vai-te embora’, eu disse ‘eu não tenho as chaves’ porque o Guilherme levou as chaves com ele no bolso. Eu fiquei fechada dentro do carro, a tentar acalmá-los e ao mesmo tempo a tentar perceber o que é que eu fazia, porque eu não tinha como sair do carro, eles estavam a tentar partir os vidros, um deles estava a tentar partir com o cabo da faca. Era uma faca enorme”, conta, explicando que os indivíduos alegadamente pensaram que fosse um elemento da polícia.

“A polícia estava à minha espera”

“Pensei, ou eles me partem o vidro e entram, e matam-me aqui, ou enchem-me de porrada, ou eu saio, e pelo menos há ali moradores, e vou tentar fugir de alguma forma. Saí do carro, eles não me tocaram, disseram só ‘vai, vai, vai, vai, vai, vai para ali para o pé deles’. E eu fui em direção ao prédio, para os moradores que disseram ‘venha para aqui, venha para aqui’, abriram uma porta do prédio e mandaram-me para o interior”, conta.

Depois, foi levada pelos moradores até junto das autoridades. “Um senhor levou-me até uma rua e a polícia já estava no final da rua à minha espera”, recorda.

Texto: Tomás Cascão; Fotos: Arquivo Impala & Redes sociais

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