Conceição Lino Em entrevista exclusiva afirma: “Apanhei três vezes reguadas na escola”

No ano em que completa 60 anos, Conceição Lino percorreu, numa conversa intimista com a NOVA GENTE, as memórias de uma criança rebelde que se transformou numa mulher de causas. Dar asas às filhas para poderem viver no estrangeiro é para ela um misto de alegria e frustração.

Como é que surgiu este convite para fazer o podcast Geração 60?

Surgiu com o Geração 70, com o Bernardo Ferrão, que fez com a geração que é a dele. Depois veio o Francisco Pedro Balsemão, que fez a Geração 80, e que ainda está a fazer. E depois a Júlia Palha já com a geração mais nova, dos anos 90. E no lançamento da grelha da SIC, em conversa com o Bernardo Ferrão, disse-lhe: “Então agora tem de haver um da geração 60”. E ele disse: “Mas porque é que não sugeres?” E pronto, foi assim, foi uma coisa muito simples e aqui estamos. E acho muito interessante porque a ideia do podcast é um bocadinho o percurso das pessoas, e aquilo que não se sabe muito sobre elas dessa altura. É uma geração que assistiu a muitas transformações, não só no mundo mas aqui no País ainda mais. Nós nascemos ainda na ditadura.

Há alguma história que a tenha marcado mais ou com a qual se tenha identificado mais, uma vez que também viveu na mesma geração dos convidados?

O primeiro foi o da Clara de Sousa, mas não posso revelar outras pessoas, para não se ter spoilers. Quer dizer, há coisas muito específicas, até o facto de, por exemplo, nos lembrarmos de anúncios da televisão e da rádio e conseguirmos reproduzi-los de uma ponta à outra. Depois há a experiência da escola, porque nós vivemos numa situação em que as reguadas e as canas na cabeça faziam parte do dia a dia. E, portanto, todos nós assistimos a situações dessas ou passámos por elas. E eu lembro-me que para mim era um grande embaraço. Eu apanhei três vezes reguadas na escola.

Imagino que tenham sido marcantes, para se recordar dessas três vezes…

Quando a professora se ausentava, eu e outra amiga, que hoje é médica, saltávamos para o estrado do quadro e fazíamos teatrinhos. Uma vez aquilo atingiu tal estado caótico que, quando a professora chegou, foi de uma ponta até à outra, e toda a gente recebeu uma reguada.

Texto: ANDREIA VALENTE; Fotos: NUNO MOREIRA

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