Conceição Queiroz Reage a ataques racistas: “Calar-me-ei só quando me matarem”
Esta não foi a primeira vez que Conceição Queiroz foi vítima de um ataque racista. Já chegou a acontecer quando estava em direto para a extinta TVI24, obrigando mesmo à interrupção da reportagem que fazia nesse momento, assim como em outras ocasiões. Desta vez, aconteceu nas redes sociais e a jornalista da estação de Queluz de Baixo decidiu expor a agressão. À NOVA GENTE, diz que este é apenas um comentário entre dezenas que lhe são dirigidos diariamente.
A jornalista da TVI Conceição Queiroz volta a ser alvo de racismo.Na mensagem em questão, é possível ler-se frases como “volta para as tuas origens, volta para o teu país” e “devias estar calada porque foste acolhida, tens emprego, saúde, tiveste educação, tens segurança, coisas que no teu país não tens”. “Decidi expor este sujeito, mas podia revelar mais 20 ou 30 como ele. Repare, este indivíduo, entre outras coisas, impõe uma norma: ele diz que eu devo estar calada e agradecer por ter sido acolhida (em Portugal) e por me terem dado trabalho. Isto é recriar episódios do passado que são altamente censuráveis”, começa por dizer Conceição Queiroz à nossa revista. “Então, manter-me calada e baixar a cabeça, naquele espírito de subserviência que tantos adoram? É isto que é suposto? E agradecer, já agora, o quê e a quem? Foi ele que estudou e pagou as minhas propinas? Foi ele quem batalhou? É ele quem aguenta os embates do dia-a-dia?”, questiona a jornalista, nascida em Moçambique há 48 anos. “O problema de pessoas como este indivíduo é não estarem habituadas, na verdade, a ter resposta. Daí ele sugerir eu estar calada. Eu pergunto: a quem interessa o silêncio de um negro? A escalada de violência é notória e se nada for feito por quem de direito… Eu espero que um dia estas pessoas sejam responsabilizadas”, prossegue. “Calar-me-ei só quando me matarem um dia”, atira.
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