Cristiano Ronaldo Choque na Medialivre! Empresa de CR7 avança com despedimento coletivo na véspera do Dia do Trabalhador
Decisão inesperada gera revolta no setor da comunicação social. Sindicato dos Jornalistas reage com indignação e aponta o dedo ao grupo liderado pelo craque português.

A Medialivre, grupo de media que tem Cristiano Ronaldo como acionista, está no centro de uma nova polémica. Na véspera do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, foi anunciada a intenção de avançar com um despedimento coletivo que irá afetar, sobretudo, a equipa de fotojornalistas de várias publicações do grupo, como o Correio da Manhã, Record, Jornal de Negócios e a revista Sábado.
O Sindicato dos Jornalistas reagiu com dureza, lamentando o momento escolhido e o impacto da decisão: “Anunciar um despedimento coletivo na véspera do Dia do Trabalhador, que assinala mundialmente para as conquistas laborais do passado, cada vez mais deterioradas, é inqualificável.”
Segundo o SJ, o processo foi conduzido de forma apressada e sem espaço para diálogo, apanhando vários profissionais de surpresa. Alguns estavam de folga ou até de férias quando foram convocados para reuniões decisivas. “Uma rapidez de procedimento tal que parece querer colocar pressão e extirpar os trabalhadores do direito a refletir ou obter apoio jurídico”, denuncia a mesma nota, que incentiva os associados a procurarem apoio legal.
Mais do que a forma, o fundo da questão deixa o Sindicato perplexo, uma vez que, como dizem, o grupo Medialivre é dos poucos no setor que apresenta lucros. “O SJ está surpreendido, já que o grupo Medialivre, que tem o futebolista Cristiano Ronaldo como maior acionista, é dos poucos em Portugal que apresenta resultados financeiros positivos.”
A associação laboral critica diretamente a postura do jogador português, que foi apontado como investidor de peso na empresa. “Das duas uma: ou não sabe e, enquanto maior acionista, deve clarificar a sua posição de imediato ou sabe e, a ser assim, fica conotado como sendo um dos donos de mais uma empresa do setor que (…) faz o mais fácil e o mais básico em termos de gestão: despedir.”
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O sindicato recorda ainda o lado solidário de Ronaldo, muitas vezes associado a gestos de caridade. “O futebolista que é, também, ou pelo menos noticiado, como sendo um filantropo da caridade, poderia, pelo menos, pensar nas consequências que uma situação de desemprego acarreta para uma dezena de pessoas.”
O SJ promete lutar contra a medida “por todas as vias” e lamenta que o fotojornalismo esteja a ser “levado à morte” por cortes sucessivos, enquanto se recorre cada vez mais a imagens fornecidas por assessorias de imprensa ou captadas por telemóvel.
O apelo final é claro e direto: “É urgente defender o jornalismo” e, por isso, convocaram um protesto: “Juntem-se amanhã ao bloco do Sindicato dos Jornalistas na manifestação do 1 de Maio de Lisboa, que parte às 14h30 da Praça do Martim Moniz”.
Texto: Tiago Miguel Simões; Fotos: Impala
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