Cristiano Ronaldo enfrenta mais uma batalha no caso Mayorga. O jornal New York Times quer ter acesso aos documentos que constam no processo, em que o craque é acusado de violação, para os publicar. Os advogados do jogador já estão em campo para tentar impedir que isso aconteça.

Apesar de o caso estar praticamente encerrado – falta apenas a confirmação do presidente do Tribunal Federal do Nevada – , a publicação norte-americana quer publicar os documentos que estão no processo. De acordo com o site The Athletic, o jornal alega liberdade de imprensa. “Há razões para proibir a divulgação do processo de investigação, porque este contém documentos roubados e comunicações protegidas por lei, que o autor da ação obteve indevidamente através de um pirata informático”, argumentam os advogados de Cristiano Ronaldo.

Porém, os responsáveis pelo The New York Times já avisaram que vão entrar com uma ação jurídica. “A polícia de Las Vegas tem a obrigação legal de divulgar documentos que são públicos, de acordo com a Lei de Registos Públicos do estado do Nevada. Iremos contestar essa tentativa de interferir com o direito do público de ver esses mesmos documentos”, disse um porta-voz da publicação ao The Athletic.

Porque o caso contra Cristiano Ronaldo foi arquivado

Cristiano Ronaldo é acusado de ter violado Kathryn Mayorga, em Las Vegas, na noite de 13 de junho de 2009. O caso esteve no ‘segredo dos deuses’ durante vários anos, porque a norte-americana assinou um acordo de confidencialidade, a troco de mais de 300 mil euros.

Em 2017, o jornal alemão Der Spiegel publicou documentos sobre o caso obtidos através do Football Leaks, um site que abalou o mundo ao divulgar vários escândalos no mundo do futebol. No ano seguinte, Kathryn Mayorga deu entrada com um processo contra Cristiano Ronaldo com os seus advogados, liderados por Leslie Stovall, a alegarem que a sua cliente tinha assinado o acordo pressionada pelo craque.

Mayorga pedia uma indemnização de cerca de 64 milhões de euros, por “danos morais e punitivos” e pelas custas do processo, mas a equipa jurídica do português conseguiu o arquivamento do caso em outubro deste ano. “O processo é parcialmente sustentado por documentos que foram divulgados no ‘Football Leaks’ e que continham comunicações entre o jogador do Manchester United e os seus advogados, protegidas por lei nos Estados Unidos”, argumentou o juiz Daniel Albregts. “Dispensar o caso Mayorga pela conduta inadequada do seu advogado é um resultado drástico, mas, infelizmente, é a única sanção apropriada para garantir a integridade do processo judicial”, escreveu ainda o juiz num  documento de 23 páginas.

Texto: Patrícia Correia Branco; Fotos: Reprodução redes sociais

 

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