Crónica Carlos Leitão Música por quotas e por todos
Em cima da mesa estão a discussão de quotas de música portuguesa e a cultura como solução da crise.
Andarmos a discutir quotas de música portuguesa nas rádios, à luz cinzenta de 2021, devia ser coisa para nos deixar frustrados. É a prova de um trabalho mal feito desde o início desta periclitante democracia. Não lhe subtraio a necessidade urgente de deixar chegar à frente a música portuguesa. A questão enevoada é, antes, que música consegue lá chegar e com que crivos?
Além dos “proclamados” por meia dúzia de editoras e agentes decisores que agora são virgens ofendidas da pandemia e da escassez cultural, as quotas nunca encerram a democracia necessária para o ecletismo. Nel Monteiro na Rádio Comercial ou Piruka na Antena 2 são quadros descabidos certamente, e não se esperam, mas mitigar as ânsias de músicos, artistas, letristas e produtores é lenitivo para uma realidade demasiado assustadora. E 30% serão uma manta curta, dirão muitos.
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