Dia Do Pai As memórias mais marcantes dos famosos
De forma a assinalar o dia em que se celebram as figuras masculinas que lhes deram vida, a NOVA GENTE desafiou várias caras conhecidas a falarem sobre os pais.
José Figueiras
“Tinha à volta de cinco ou seis anos quando o meu pai me ofereceu uma viola, toda ela em plástico, comprada numa casa de brinquedos, que tinha escrito ‘É fadista’. Nunca mais me esqueço, eu era apaixonado pela música e queria aprender a tocar viola. A viola durou apenas dois ou três dias, foi um desgosto, uma enorme choradeira. Dois dias depois, o meu pai aparece com uma viola de madeira para que não a pudesse partir. Aquela guitarra de plástico marcou-me para a vida.”
Iva Lamarão
“Tenho muitas recordações, desde que era miúda, com o meu pai, na praia. Sempre gostou muito da pesca lúdica, de pescar robalo, e à noite a minha mãe assava o robalo no forno. Aqueles finais de tarde de pesca na praia eram muito felizes. Ia muito para a praia com ele, com a minha irmã e com as minhas amigas. Tínhamos uma casa de praia, era sempre muito giro, foram muito boas memórias. Nunca me ensinou a pescar porque confesso que nunca quis muito, mas lembro-me de andar sempre à volta dele e de ele dizer que não podíamos fazer barulho, se não o peixe fugia, e nós queríamos era gritar. Sempre fui muito ligada ao meu pai.”
Ágata
“Lembro-me com muita saudade das vezes em que corria com os meus irmãos para o abraço do meu pai quando o víamos ao fundo do corredor a chegar a casa. Trazia sempre uma caixinha com bolos para nós. Gulosos como éramos, fazíamos uma pequena ‘guerra’ para escolher o nosso preferido. A situação resolveu-se rapidamente quando passou a trazer todos iguais para ficarmos felizes. Não há um único dia em que não sinta saudades do meu querido pai.”
Marta Melro
“Ligo muito ao Dia do Pai, é uma data especial para mim. Sou muito ligada aos meus pais, e este é um dos dias em que sinto mais saudades de casa, e que me custa mais estar longe. A minha família é toda do Norte. Desde pequenina, sempre tive o hábito de lhes deixar bilhetinhos, por tudo e por nada. Lembro-me que, ao meu pai, deixava bilhetes para que deixasse de fumar, e felizmente já não fuma há vários anos. Desde que a Aurora nasceu, tento lá ir com mais frequência. A minha filha, logo de manhã, senta-se ao pequeno-almoço e começa a falar sobre eles. A primeira palavra que ela aprendeu foi vovô, e ele ficou babado. É a única altura em que a deixo em frente ao ecrã, quando fala com o meu pai. Ele brinca com ela através do telemóvel.”
Maya
“Sempre fui muito ligada ao meu pai, foi o homem da minha vida. Acho que nunca encontrei estabilidade sentimental porque nunca encontrei nenhum homem igual a ele, pelo menos com as características que eu idealizava no meu pai. Passámos excelentes momentos juntos, muito divertidos. Relembro um casamento, há muitos anos, numa altura em que se fazia roupa por medida, e eu comprei um tecido muitíssimo bonito pintado à mão. Comprei o pouco tecido que havia e levei à modista, que me fez um vestido muitíssimo bonito, com alças, muito curto, colado ao corpo. O meu pai era um homem muito elegante, e no final do casamento disse-lhe: ‘Éramos os mais bem vestidos do casamento’, ao que o meu pai respondeu: ‘Não, filha, eras a melhor despida do casamento’. Tinha um sentido de humor muito engraçado que contagiava toda a gente à sua volta. Fica eternamente na minha memória como o melhor homem que eu conheci.”
Núria Madruga
“Tenho várias memórias e, acima de tudo, muitas saudades. Uma especial que guardo com muito carinho é o cuidado que o meu pai tinha connosco. Quando estive grávida dos gémeos, tive de estar um mês em repouso absoluto, e o meu pai vinha praticamente todos os dias fazer-me
o almoço. Como sabia que eu adorava tudo o que era comida de forno, trazia sempre o que pudesse ser confecionado lá. Tenho muitas saudades do abraço do meu pai, era o mais especial de todos.”
Jorge Guerreiro
“O meu pai levava-me sempre para as aulas de canto que eu tinha na Juventude Musical Portuguesa. Numa dessas vezes, quando terminei as aulas de canto, fui ter com ele ao carro, e ele pede-me para olhar para trás, para ver se não vinha nenhum carro, para poder fazer a manobra e sair do lugar. Nem olhei, preguiçoso como sou, disse-lhe que podia e o meu pai bateu no carro do taxista. Nesse dia, estive quase para apanhar uma ou duas, e bem merecidas (risos). No dia da sua morte, fui visitá-lo ao hospital, ele estava internado. Foi num domingo e, por mero acaso, à última hora, não estive na televisão nesse dia. Senti-o a apertar-me a mão, acho que ele me conheceu. Sentiu a minha presença e, infelizmente, morreu duas horas depois.”
Texto: Luís Duarte Sousa e Inês Neves; Fotos: Impala e Redes Sociais
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