Fátima Padinha confessa que tentou matar-se. “Foram as minhas filhas que me salvaram”

Fátima Padinha, ex-Doce, abriu o coração e falou da depressão, da banda, do cancro da mama e da relação com Pedro Passos Coelho, em entrevista a Manuel Luís Goucha.

Fátima Padinha concedeu uma entrevista a Manuel Luís Goucha. Fá, como é carinhosamente tratada, abriu o coração e falou da infância, das Doce, da depressão e do cancro.  Durante a conversa com o apresentador da TVI, Fátima Padinha fez uma revelação: “Tentei o suicídio”. A artista confessou que se tentou matar aos 40 anos com uma depressão. Agora, aos 64 anos, reflete sobre essa altura: “Cansaço… era uma vida muito intensa: o Pedro [Passos Coelho, com quem foi casada entre 1985 a 2003] com a política, as miúdas.” E acrescenta: “Fiz terapia, tomei muitos comprimidos, foram as minhas filhas que me salvaram.” “Tudo me forçou a viver… a responsabilidade é tanta”, remata.

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Fátima Padinha fala do sonho de cantar e das Doce

Nascida em Leiria, sempre teve o sonho de cantar e cumpriu! A ex-Doce desvendou como começou no mundo da música: estreou-se nos Green Windows, após entrar no palco para cantar com eles. Na altura, tinha acabado de reprovar no 6º ano e prometeu à mãe que se dedicaria aos estudos. Contudo, depois de ‘invadir’ o palco, convidaram-na para ir à audição e ficou na banda. Em 1979, a banda Doce é criada tendo sido uma das primeiras bandas só de mulheres na Europa.

“O que fica das Doce?”, pergunta o anfitrião do programa vespertino da TVI. “As pessoas aceitaram-nos, receberam-nos de forma entusiástica. Nós fomos ultrapassadas até por aquilo que queríamos e que desejávamos”, conta Fátima Padinha. “Fica uma nostalgia porque naquela altura nos éramos as estrelas do país, o reconhecimento que tínhamos do público, o carinho com que nos nos recebiam… O facto de saberem as canções todas, as palmas… era espantoso”, garante.

Contudo, apesar de ter sido sempre extrovertida, confessa: “Se eu pudesse mudava de feições sempre que saísse do palco, sou assim privada.” Viveu o sonho, mas admite que não se identifica com o filme baseado na história da banda dirigido por Patrícia Sequeira. “Muita gente gostou. O filme é divertido, faz relembrar as canções, há um momento que me vieram as lágrimas aos olhos, mas não me revejo ali.”

O amor por Pedro Passos Coelho, o divórcio e a admiração intemporal

Em 1985, as Doce resolvem terminar: “Foi uma coisa diária, vestir , as viagens, espectáculos todos os dias”, justifica. No final desse mesmo ano apaixona-se por Pedro Passos Coelho. Apesar do divórcio, há coisas que não mudam: “Eu admirava-o muito e continuo a admirar e continua a ser um homem lindo”. Revela ainda “Aprendi tanto com ele. Para mim é um homem extraordinário. Ele continua a apoiar-me em tudo o que pode. Foi muito presente na minha doença.” Remata: “Fui muito feliz com o Pedro e continuo muito amiga dele.” Veja aqui. Fá não voltou a encontrar o amor: “Não tive tempo. Uma mãe, duas crianças…já tinha casado três vezes”, confessa.

Além da depressão, Fátima Padinha sofreu de cancro da mama

Fátima Padinha lutou contra um cancro na mama em 2017, mas confessa que daí surgiram muito mais doenças: “Em dois anos, tive três internamentos: “uma trombose, uma embolia pulmonar, uma pneumonia, uma anemia, uma infeção renal.”

O grande apoio foram as filhas e revela: “As minha filhas ajudaram me imenso. Pensava que ia morrer, não ia sobreviver ao cancro.” Apesar disto, faltam-lhe cinco anos de quimioterapia oral: “Tem melhorado, mas ainda estou abalada.”

No fim da entrevista, Fátima Padinha revela que o futuro não a assusta e quando confrontada sobre quem realmente é, responde a Manuel Luís Goucha: “Acho que sou uma mulher com força e determinada. Não tenho nada que me arrependa. Gosto muto do caminho e gostei muitos destes 60 anos. Tive várias vidas. Sou resiliente”, confessou. “E Doce”, acrescentou Goucha.

Fotos: Reprodução Redes Sociais

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