Leo Middea, cantor do Rio de Janeiro que reside em Portugal há sete anos, tentou a sua sorte no ‘Festival da Canção’ com a música “Doce Mistério” – um tema com grandes influências na música popular brasileira. A prestação do jovem de 28 anos impressionou o júri de tal forma que chegou à final. No entanto, o músico tem sido alvo de ataques xenofóbicos.

“Desde sábado, os comentários de ódio têm aumentado muito. Saibam que isso só me gera mais força, porque batalhei muito para chegar aqui”, escreveu o concorrente nas redes sociais. Algumas mensagens que recebeu incluem ofensas como: “Vais representar o Brasil? Em Portugal, não és bem-vindo”, “Só falta alguns intérpretes do Bangladesh, Índia e Nepal”.

De recordar que é a primeira vez que um brasileiro participa na competição. “Os ataques começaram quando a música foi lançada, em Janeiro. Mas, depois que eu me tornei o primeiro brasileiro em uma final do Festival da Canção, a coisa ganhou outra proporção (…) Gente falando do meu sotaque como se ele fosse uma coisa nojenta, como se fosse algo que não é bom de escutar. Realmente, coisas muito maldosas”, explicou ao Público.

“Eu estava inseguro sobre expor essa situação, mas depois eu me senti aliviado. Agora eu tenho recebido muitas mensagens de apoio. Eu não sabia o que ia acontecer, mas tem rolado uma onda de amor muito bonita de acompanhar (…) Quando eles me convidaram, eu decidi fazer música como sempre faço, sem me adaptar. Uma música brasileira integrando tudo, como eu sempre fiz aqui em Portugal”, contou.

Apesar de ter chegado à final, a cantora Iolanda acabou por se sobressair, chegando ao pódio com o tema ‘Grito’. “Estou sem palavras para descrever o amor que o país me deu. Foi muito especial, muito bonito”, reagiu, assim, à vitória em conversa com a TV Mais.

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Texto: Luís Sigorro; Fotos: Redes Sociais

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