Foi uma visita silenciosa, sem pompa nem protocolo. O príncipe Harry aterrou em Lviv, no oeste da Ucrânia, com um único propósito: estar com as vítimas da guerra. Não houve fotógrafos oficiais, nem discursos preparados. Houve abraços, lágrimas contidas e palavras ditas olhos nos olhos.

O duque de Sussex, que tem dedicado grande parte da sua vida a apoiar veteranos e vítimas de conflitos armados, quis ver de perto aquilo que tantas vezes se lê nos jornais: a dor de quem sobreviveu, a força de quem perdeu tudo, menos a esperança.

No Centro Superhumans, uma unidade de reabilitação especializada em próteses, cirurgias reconstrutivas e apoio psicológico, Harry ouviu histórias de sobrevivência que o marcaram profundamente. “Não estou aqui como figura pública. Estou aqui como ser humano”, terá dito a uma jovem amputada, vítima de um bombardeamento. A emoção sentia-se no ar.

Acompanhado por atletas dos Jogos Invictus e pela ministra ucraniana dos Assuntos dos Veteranos, Natalia Kalmykova, Harry deixou-se tocar, literalmente, pelas mãos calejadas dos soldados, pelos olhares cheios de coragem das mulheres e pelo sorriso de uma criança que lhe ofereceu um pequeno desenho com as cores da bandeira ucraniana.

“Esta é a minha primeira vez aqui, mas não será a última”, prometeu ainda o marido de Meghan Markle.

Num momento em que muitos se afastam da dor alheia, Harry escolheu aproximar-se. 

Texto: Tiago Miguel Simões; Fotos: Shutterstock

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