Hugo Gilberto explica por que não festejou o golo de Éder na final do Europeu
«Nunca me senti atacado de forma séria». Hugo Gilberto, apresentador do programa Trio d’Ataque, da RTP, desmistificou preconceitos da profissão numa palestra, no Colégio Júlio Dinis, no Porto.
«Nunca me senti atacado de forma séria, até porque um dos meus maiores cuidados é separar o lado emocional do profissional.» Hugo Gilberto, apresentador do programa Trio d’ Ataque, da RTP, desmistificou preconceitos da profissão numa palestra que decorreu dia 13 de dezembro, no Colégio Júlio Dinis, no Porto. O jornalista conversou com alunos do 10.º ano e não deixou nada por dizer.
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«A objetividade como objetivo de vida não existe. Cada jornalista e cada pessoa olha para a mesma situação de forma diferente, dando destaque a coisas diferentes. Isso não quer dizer que esteja a ser parcial», explicou. O também pivô ressalvou a importância da ausência de emoções quando se está em trabalho. «O jornalista não tem país, não tem partido e não tem clube». Neste contexto, Hugo Gilberto confessou não ter festejado o golo do jogador Éder quando Portugal se sagrou campeão europeu frente à França, no Euro 2016.
Hugo Gilberto explica por que não festejou o golo de Éder na final do Europeu
«Sabia que tinha acabado de assistir ao momento mais alto da história do Desporto português, mas estava a trabalhar», contou. O jornalista passou em revista os seus quase 20 anos de carreira e deixou ficar alguns conselhos às novas gerações. «O mais importante é que não desistam dos sonhos e que tenham a capacidade de se reinventarem. Não temos só uma vida. Temos várias vidas na vida e temos de ter essa capacidade. Devem acima de tudo ser uns tipos decentes e não egoístas. Isto é o mais importante» sublinhou.
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Hugo Gilberto foi perentório ao afirmar que «o jornalista nunca foi tão importante como é hoje». «Sensibilizado por perceber que alunos de 15 ou 16 anos têm interesse em perceber a importância do jornalismo», o rosto da RTP Porto não deixou de lançar alertas. «Estes jovens interessam-se pelo jornalismo e não apenas pelas redes sociais, como se diz muitas vezes. E isto tem uma importância enorme no contexto atual. Nunca foi tão útil o jornalismo como é hoje em dia. Com a questão das fake news [notícias falsas], o jornalismo nunca foi tão urgente. Quem se baseia apenas no ‘dr. Google’ e não procura ir mais além não terá, nunca, qualquer vantagem competitiva», explicou.
Como o pivô de ‘Trio d’ Ataque’ concilia o trabalho com a «profissão mais importante do Mundo, ser pai»
Para os jornalistas, assim como para a sociedade, as dificuldades são maiores do que eram antes do boom da internet. «É muito mais difícil ser jornalista agora do que quando comecei. Nunca houve tanto escrutínio da profissão de jornalista como hoje. Há um escrutínio constante de qualquer peça, de qualquer artigo escrito ou tópico de rádio», concluiu. Com dois filhos, Diogo, de sete anos, e Guilherme, de quatro, Hugo Gilberto consegue «conciliar a profissão mais importante do mundo, que é ser pai, com a profissão de jornalista» com a ajuda dos «pais». «E tentando fazer com que os dias tenham 28 horas. E tenho conseguido cumprir», satisfaz-se.
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«Nunca saio da RTP antes das 20h00 e, por regra, entro cedo. O importante é ter tempo de qualidade com eles», os filhos. «Eles sabem que das 20h30 às 22h30 o pai está em dedicação exclusiva», sublinhou. Os filhos ainda não demonstram vontade de seguir as pisadas do pai, embora «simulem uns diretos em casa» a pedido do jornalista. «Ainda estão na fase de quererem ser pilotos e astronautas. Já chega um jornalista lá em casa», contou. Já em espírito natalício, mas «ainda sem tempo para comprar as prendas», Hugo Gilberto recordou os presentes que mais o marcaram na infância. «Recebi um camião da RTVE espanhol que tinha uma antena e um telecomando. Era uma espécie de carro de exterior na época. E a outra prenda marcante foi um globo candeeiro», relembrou.
O presente mais difícil será… o da mulher, Marta Morais
O presente que mais dificuldade tem para comprar é a da mulher, Marta Morais. «Já sei mais ou menos o que vou comprar para a toda a gente, embora a mais difícil seja a da Marta. Conhecemo-nos em 1996. Já sabemos o que um e outro gostam e essas coisas já as temos. Mas arranja-se sempre algo. Tenho algum jeito para presentear as pessoas», concluiu.
Texto: Cynthia Valente; Fotos: João Ribeiro | WIN Porto
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