Em criança respondia pelo nome de «Russo» mas hoje em dia já não se reconhece pela alcunha. Jorge Jesus, de 63 anos, esteve em entrevista no Alta Definição e foram muitas as confidências que fez. O momento mais emotivo foi quando falou sobre a mãe, Maria Elisa, falecida em 1994

«Continua dentro de mim. Não está fisicamente mas está sentimentalmente», diz, com voz embargada e a evitar chorar.

«Com o falecimento da minha mãe andei oito ou nove anos de luto, só vestia preto. Eu queria-a sentir, achava que era uma forma de a sentir» diz, admitindo pensar nela «todos os dias».

«A minha mãe era uma santa» diz, a controlar as emoções. «Ensinou-nos o que é ter amor… Teve um problema de câncer nos intestinos, tinha de ser com morfina para tirar as dores»

Nos últimos anos de vida da mãe, o treinador trabalhava em Felgueiras e com as posses que já tinha, pagava a uma enfermeira para que cuidasse da mãe. Quando acabava a morfina, Jorge Jesus recorria a uma amigo médico no norte de Portugal.

«Fazia viagens de noite. Às vezes não havia morfina e lá ia eu levar ampolas…»

O treinador do Sporting recordou ainda o pai, que faleceu em abril, aos 92 anos, com Alzheimer.

Jorge Jesus não gosta de viajar, nunca bebeu bebidas brancas, gosta de passar as férias em casa, fugia de casa para ir jogar à bola, não dorme depois de um jogo perdido, roubava cobre e vendia-o em sucatas para ter dinheiro e para cada jogo faz-se acompanhar de dois pacotes de pastilhas.

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