Jorge Nuno Pinto da Costa Escondeu cancro da família durante três anos: “Combinei com os médicos…”
Jorge Nuno Pinto da Costa deu uma entrevista em que falou sobre o diagnóstico de cancro na próstata em que escondeu da família. O ex-presidente do FC Porto contou ainda os planos para o seu funeral que já está pago.
Jorge Nuno Pinto da Costa abriu o coração a Sandra Felgueiras, numa altura em que foi tornado público que está a lutar contra um cancro na próstata.
Este domingo, 25 de agosto, no ‘Jornal Nacional’, da TVI, foi revelada a primeira parte da entrevista com o ex-presidente do FC Porto – a segunda parte da conversa vai ser transmitida amanhã, 26 de agosto. O antigo dirigente garante que não tem medo e recordou o diagnóstico da doença.
“Sei, desde o dia 8 de setembro de 2021, que tenho um cancro. Num livro que escrevi e sairá em outubro, digo que combinei com os médicos que esse segredo ficava comigo. Não queria que ninguém à minha volta estivessem preocupados ou a sofrer com o facto de saberem que estava doente. Não alterei nada da minha vida. Encarei como uma coisa natural. Naturalmente, quando alguém diz ‘Ai, que tenho cancro’. Era bom que já ninguém morresse, mas não é assim. Há muita gente que se salve e dura muito tempo. Eu espero durar mais algum, mas sei que tenho um cutelo na cabeça”, afirmou.
Sobre os tratamentos para combater o cancro na próstata, Pinto da Costa revelou que fez apenas radioterapia. “Recusei-me a fazer quimioterapia. Quando soube dos sintomas, disse que preferia viver menos, mas viver, do que durar mais e não viver. Fiz radioterapia, que penso que teve resultados positivos, porque tinha uma dor que desapareceu. Estou confiante e tenho máxima confiança que me está a acompanhar”.
Assim que recebeu o diagnóstico de cancro, Pinto da Costa assume que o seu primeiro pensamento foi para a mãe que já morreu e de quem diz que “foi a mais importante” da sua vida. “Eu pensei ‘isto é uma chatice, tenho coisas para resolver, mas finalmente vou estar com a minha mãe’. Acredito que há uma outra vida, pensei logo que ia estar com a minha mãe”. Foi então que Jorge Nuno Pinto da Costa recordou que foi a mãe que o impulsionou a candidatar-se às eleições para Presidente do FC Porto em 1982. “Acho que tens de ir, é o teu destino. Desde pequenino que só gostas do Porto”, disse.
Embora já saiba que tem cancro há quase três anos, a família de Pinto da Costa só soube este ano. “Não partilhei com ninguém”, garantiu, tendo assumido que a mulher desconfiava mas que nunca o confrontou. “Não disse aos meus filhos, confesso. Tive de ir ao IPO, almocei com a minha filha e disse-lhe que tinha de ir ao IPO pois tinha aqui uma coisa que não sabem o que é e ela ficou preocupada. E depois fui com ela e com a minha mulher. E souberam já este ano, em 2024. Elas estão a reagir bem, talvez pela maneira como encaro [a doença] e não alteria absolutamente nada da minha vida”.
Pinto da Costa garantiu que a sua vida continua igual mesmo com a doença, só tomou uma decisão: não estar com quem não gosta. “Só faço medicação. Nem tenho de ir ao hospital, fui há um mês e volto em setembro. Fisicamente andava com uma dor mas desde o último tratamento que desapareceu. A única coisa que me mudou é que só estou com quem gosto, não tenho obrigação de estar com quem não gosto. Faço a minha vida na mesma”.
Aos 86 anos, o antigo presidente dos dragões falou sem problemas sobre o funeral que já pagou. E há várias regras que quer que sejam cumpridas. “Já paguei o funeral, eu pago já para ninguém ter essa preocupação (…). Paguei para saber que vai ser como quero”, disse, tendo explicado: “Quero que o meu corpo vá para a Igreja das Antas que é a igreja que frequento semanalmente; não quero ninguém de preto, quero tudo de azul; e há pessoas que não quero lá”. Sandra Felgueiras ainda tentou ‘arrancar’ alguns dos nomes mas Pinto da Costa guardou esse segredo para o livro que vai lançar em outubro que se vai chamar ‘Azul até ao Fim’.
Jorge Nuno Pinto da Costa levantou a ponta do véu e disse que as pessoas proibidas do seu funeral são pessoas que eram próximas dele e que o trairam.
Texto: Carolina Marques Dias; Fotos: Impala
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