Júlio Magalhães Como ele foi apanhado na “teia” da PJ

O jornalista tem o seu nome envolvido na investigação de um esquema ligado à indústria têxtil que pode ter rendido ilicitamente cerca de 40 milhões de euros. Juca, como é conhecido, suspendeu funções na TVI e na Rádio Observador e refugiou-se no Porto, junto da família.

Há mais de 30 anos que Manuela Magalhães segura o leme da família e foi para ela que Júlio Magalhães correu quando, no passado dia 19 de março, viu a sua vida dar uma volta de 180 graus. O pivô da TVI e CNN Portugal rumou ao Porto, para junto da mulher com quem casou em 1990 e com quem tem dois filhos, Mariana e André, depois de ter visto o seu nome envolvido na investigação de um esquema ligado à indústria têxtil que pode ter rendido ilicitamente cerca de 40 milhões de euros.

Júlio Magalhães estava a cumprir a sua rotina profissional, nas Manhãs 360 da Rádio Observador, quando o seu telefone tocou. Tinha os inspetores da Polícia Judiciária à porta da casa que arrenda em Lisboa e, se não se dirigisse ao local, a porta seria arrombada. O jornalista abandonou o trabalho e seguiu para a sua residência na capital. Sabe a NOVA GENTE que, além de a sua casa ter sido passada a pente fino, também o seu telemóvel foi de imediato apreendido. O telefone, de resto, terá sido uma das ferramentas decisivas para as autoridades avançarem com a Operação Maestro. O título da investigação é inspirado no cognome “maestro” atribuído a Manuel Serrão, alegado mentor do esquema, no Jornal T, publicação ligada à indústria têxtil que o empresário dirige.

As escutas telefónicas entre Júlio Magalhães e Manuel Serrão, seu amigo de longa data, duraram meses e permitiram reunir informações que levaram as autoridades a procurar os documentos e provas de que suspeitavam. A 19 de março decorreram 78 mandados de busca (31 buscas domiciliárias e 47 não domiciliárias) em todo o País.

Terá sido Manuel Serrão, figura que encabeça esta investigação de larga escala, a fazer soar as primeiras suspeitas por parte das autoridades. A vida de luxo que levava chamava demasiado a atenção. Depois de ter vendido a sua casa em Matosinhos Sul a Júlio Magalhães, o empresário fez do hotel Sheraton, na zona da Boavista, no Porto, a sua residência permanente durante oito anos e os custos da estadia foram alegadamente pagos com fundos europeus (372 mil euros). Nos últimos dias, Manuel Serrão saiu do hotel de luxo no Porto, trocando-o por uma casa da Ordem dos Médicos que foi arrendada pela irmã.

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Texto: Andreia Valente com Patrícia Correia Branco

 

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