Manuel Luís Goucha recorda o pai: “Perdi a oportunidade de conhecer aquele homem”
Numa entrevista concedida à amiga de longa data, Teresa Guilherme, Manuel Luís Goucha lembrou o dia em que recebeu a notícia da morte do pai e justificou a sua decisão de não comparecer ao funeral
Manuel Luís Goucha nunca ocultou a relação distante que mantinha com o seu progenitor, Luís Filipe Goucha. Já a sua ligação com a mãe, Maria de Lurdes Sousa, é muito próxima e é frequentemente mencionada pelo apresentador da TVI nas suas aparições televisivas. Numa entrevista concedida a Teresa Guilherme para o site “Like3ZA”, o ainda anfitrião do programa “Você na TV!“, que terá o seu fim no final do mês de dezembro, revelou alguns detalhes do dia em tomou conhecimento da morte do pai.
“Cresci muito bem sem o meu pai. Aos três anos o meu pai e a minha mãe separaram-se, portanto não tenho nenhuma memória do meu pai. Esporadicamente via-o como um tipo porreiro, até ter morrido há uns 10 anos”, começou por contar. “Lembro-me perfeitamente no dia em que ele morreu, tinha uma viagem agendada para Paris e lembro-me perfeitamente que só pedi que me dessem meia hora para pensar se estava a ter um desgosto para anular aquela viagem”, recordou.
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O rosto da estação de Queluz de Baixo afirmou explicou porque não foi ao funeral do progenitor. “Não fazia sentido ir ao funeral do meu pai se não tinha sido presente na minha vida e se nada me tinha dito ao longo da vida. Era uma pessoa simpática, bon vivant, divertido…e eu fiz a viagem. Não fui hipócrita (…). Não fui ao funeral do meu pai, porque morreu um senhor chamado Goucha a quem devo em parte a minha existência, mas não é uma figura importante. Não foi um norte no meu caminho…”, explicou.
Guerra “alimentada” pela mãe
Tal como escreve a Nova Gente, Manuel Luís Goucha admitiu, na mesma entrevista, que a ausência da figura paternal deve-se, em parte, pela mãe. “O meu pai afasta-se de nós muito por culpa da minha mãe. Tenho hoje a certeza. Naquele tempo os casais não se separavam de comum acordo. Tenho a sensação (…) que o meu pai deve ter pensado: ‘como a guerra feita pela mulher dos meus filhos é tão grande, eu afasto-me. Os meus filhos aos 21 anos, quando quiserem, vêm à minha procura‘, mas não é assim que as coisas se fazem. Não se pode construir uma relação pai e filho passados 21 anos”, disse.
“Mas que personalidade era aquela?”, questionou de forma retórica o apresentador para, de seguida, dar a resposta. “Acho que era uma personalidade interessante. Sou capaz de ter mais a ver com o meu pai do que propriamente com a minha mãe, apesar de ser muito chegado à minha mãe”. “Pode não ter sido pai porque a vida não o deixou e eu perdi a oportunidade de conhecer aquele homem que é capaz de ter sido muito mais interessante do que eu suponho”.
Texto: Alexandre Oliveira Vaz; Fotos: Redes Sociais
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