Margarida Corceiro recorreu ao Instagram para abordar a polémica dos últimos dias após uma alegada fotografia íntima da atriz ter vindo a público. “Voltar aqui depois de tudo o que se tem dito sobre mim e sobre a minha imagem não é fácil. Mas cá estou. As redes sociais têm o bom da partilha positiva e a fragilidade da partilha negativa. Que sirva de ponto final para outros casos e que vos ajude a perceber a gravidade da situação”, começa por dizer.

“Quero que imaginem, que que calcem os meus sapatos – meus e de todas pessoas a quem isto já aconteceu – imaginem estar tranquilos na vossa casa ou no vosso trabalho e encontrarem uma imagem que dizem ser vossa a circular pela internet milhões de comentários especulativos, milhares de mensagens, telefonemas sem parar e o mais difícil… verem todos os vossos amigos e família a ter de lidar com tudo o que vai saindo sobre vocês, sem poderem fazer nada”, prossegue.

«Desta vez não deu para rir»

“Imaginem sair à rua e terem a sensação de que estão todos a olhar para vocês. Imaginem vir nas capas dos jornais, das revistas, aparecer como destaque de sites, ser tendência numa rede social por motivos completamente alheios à vossa vontade. O meu telefone parou e eu parei com ele. Mesmo estando habituada a ter o meu nome a ‘concurso’ e dezenas de mentiras diárias a circular sobre mim – algumas até me fazem rir muito –, desta vez não deu para rir. Tenho a sorte de ter uma estrutura familiar coesa, amigos presentes e profissionais que me acompanham e ajudam a lidar com a situação. Mas há centenas de pessoas que não têm. Garanto-vos que não me ri com as mensagens que recebi de pessoas com histórias semelhantes […] que só queriam pôr termo à vida”, escreve.

“Não me ri com histórias de pessoas que acabaram mesmo por fazê-lo por verem a sua intimidade completamente violada e repartilhada, vezes e vezes sem conta. Tudo porque alguém decidiu fazer uma partilha. Somos assim tão pequeninos para precisarmos de devassa, partilha, escrutínio e julgamento? Somos assim tão fracos para não conseguirmos acabar com o ‘olha aqui o que me enviaram’?”, questiona a atriz. Fiquei muito surpreendida por saber que dar corpo a um monstro está nas nossas mãos e que muitos escolhem alimentá-lo e continuar a corrente. Agora foi comigo, amanhã pode ser convosco”.

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