Maria de Vasconcelos e família quase perdem a vida em casa
Maria de Vasconcelos conta como ela, o marido e as duas filhas estiveram à beira da morte e quer que a sua experiência sirva de alerta a todos.
Maria de Vasconcelos e a família escaparam por pouco a uma morte quase certa, dentro da própria casa. A cantora, conhecida pela interpretação de músicas infantis, sobretudo no Canal Panda, como “As Canções da Maria”, contou nas redes sociais que todos sofreram uma intoxicação de monóxido de carbono e que espera que o seu relato possa “ajudar alguém”.
Maria descreve o drama vivido por ela, o marido e as duas filhas.”Tínhamos uma caldeira há 17 anos, para aquecer a água e para o aquecimento central. Avariou e venderam-nos uma nova que foi instalada no final de outubro. No dia 4 de dezembro, deixou de funcionar e esteve desligada durante uma semana. Mandaram-nos um técnico na sexta-feira, dia 11, à tarde, que deixou a caldeira a trabalhar”, começou por contar.
“À noite, comecei com dores de cabeça, uma discreta tontura e taquicardia para pequenos esforços. Estranhei, não tenho nada disto, nunca!, mas achei que estava muito cansada. No dia seguinte, os sintomas foram-se agravando, e eu sempre a pensar que estava cansada. Fui para a cama às 18h30, meia baralhada, a cabeça a explodir, o coração aos saltos e cheia de frio. Que esgotada andava eu!, pensava. Não sabia mas a Mathilde e a Manon [as filhas] deitaram-se às 19h, também convictas de que estavam a precisar de descansar. O Xavier [marido] ficou a ver uma série até às 22h30”, acrescentou no texto partilhado no Instagram.
Família de Maria de Vasconcelos socorrida por amigos
Maria de Vasconcelos continuou a contar: “Não morremos os quatro durante essa noite, porque a Manon não aguentou de dor de cabeça e desatou aos gritos às 4 e tal da manhã. Eu só consegui acordar ao fim de muitos gritos, sacudi o Xavier, que foi ver o que se passava. Caiu cinco vezes nas escadas e ficou no chão do quarto da Manon. Escavacou-se todo do lado esquerdo e fez uma lesão do joelho com muita dificuldade em andar. A Manon desceu aos trambolhões até ao chão do nosso quarto. Eu levantei-me, caí e já não saí do chão. Gritámos pela Mathilde que veio no mesmo estado e o Xavier lá conseguiu descer as escadas”.
A cantora conseguiu agarrar no telefone, mas não sabia o que fazer. “Estava tão obnubilada que não me ocorria sequer a palavra ‘INEM’, e, se me perguntassem naquela altura qual era o número, não me lembrava. A dor de cabeça era insuportável, nem a conseguia mover, tinha formigueiros nos braços e pernas e dificuldade em segurar no telemóvel”. Nessa altura, a família estava toda no chão, em pranto. “Sabia que tinha uma chamada da véspera, não atendida de uma grande amiga nossa, a meio do ecrã e carreguei, meio ao calhas, e ela atendeu. E foi ela, a Mariana, quem ligou ao INEM”, refere.
A cantora, de 50 anos, assume que não sabe onde foi buscar forças para se arrastar até à varanda, abrir a porta e gritar para que eles abrissem tudo o que pudessem.”O Bartolomeu, marido da Mariana, veio a voar para cá, mas não sabíamos se conseguíamos abrir o portão. A Mathilde tentava, mas não percebia nada dos botões, e acabou por ir lá para fora com um comando, e cair depois de conseguir abrir. A Manon vomitava. O Bartolomeu entrou e abriu tudo. Diz que continua com pesadelos a ver-nos todos caídos. A Mariana falava vezes sem conta com o INEM e rezava”.
Transportados para o hospital
Depois de socorrida, a família foi transportada para o Hospital Militar. “Para uma câmara hiperbárica com oxigénio a uma pressão não sei quantas vezes superior ao normal inspirado, durante 1h40. Vimos um filme e saímos de lá como novos. Foi um milagre. Foi um milagre a Manon ter desatado aos gritos. Salvou-nos. Foi um milagre a Mariana atender. Salvou-nos”, concluiu.
Maria de Vasconcelos terminou, deixando um alerta: “O monóxido de carbono é inodoro. Estes acidentes são frequentes, muito frequentes, com caldeiras, esquentadores, lareiras, braseiros. São muitas vezes fatais. […] Há detetores de monóxido de carbono, aos mais variados preços. Deviam ser obrigatórios. Em alguns países são. Queiram atender à sugestão: ponham um nas vossas casas.”
Texto: Carla S. Rodrigues; Fotos: Reprodução redes sociais
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