Miguel Prates “Atualmente, não troco um bom jantar por um jogo de futebol”

​Foram 18 anos na RTP e está há 22 na Sport TV, mas já não como funcionário. No ano passado, chegou a acordo com a administração e saiu. Queria mais tempo para si, para a mulher e para os netos, que chegaram em catadupa. A rotina mudou, mas continua a fazer narrações de jogos e o programa das segundas-feiras.

O jornalismo aparece por acaso ou há, a partir de um certo momento da tua vida, uma intenção clara de ser este o caminho que queres seguir?

Sempre tive a ideia de fazer jornalismo de desporto, embora não tenha começado por ele. Depois, surgiu-me a possibilidade de ir fazer um estágio à RTP e disseram-me que iria ser colocado na Informação Geral. Eu queria começar pela prática e ter contactos. O que era importante era começar. Passados cinco ou seis meses, deram-me um contrato a prazo e depois colocaram-me no Regiões, que foi uma grande escola para mim também.

Demos aqui um pulo para o futebol, mas tu estavas a falar da Informação Geral e da reportagem no terreno. Quando é que passas para o desporto?

Eu entro para o desporto na RTP porque o canal decidiu avançar com um programa desportivo chamado Remate. Nesta altura, fizeram uma espécie de uma candidatura interna para ver quem queria participar e eu manifestei logo essa vontade.

O que é que te levou a sair, ao fim de tantos anos, e a trocar a RTP pela Sport TV?

Eu estive 18 anos na RTP. Já precisava de um desafio novo. Depois, a Sport TV era um colosso que se adivinhava. Pela primeira vez, Portugal ia ter um canal codificado de desporto, com o exclusivo de uma série de competições. Para quem gosta de desporto e futebol, para quem é profissional desta área, era um desafio muito estimulante.

Como é que resiste um casamento entre uma mulher que não gosta de futebol e um homem que há 40 anos narra jogos de futebol e que adora ver futebol?

[encolhe os ombros, divertido] Tentamos conciliar. Claro que não há só uma televisão em casa, mas também não somos aquele tipo de casal em que um fica a ver TV na sala e o outro vai para o quarto ver outra coisa.

Mas confessa: o dia mais feliz da vida da tua mulher é quando tu vais fazer a narração de um jogo a algum lado, e ela tem a casa e a televisão só para si.

Sim [risos], mas também te digo uma coisa: atualmente, não troco um bom jantar por um jogo de futebol.

 

 

 

Leia esta entrevista na íntegra na sua NOVA GENTE desta semana. Já nas bancas.

 

 

Texto: Nuno azinheira; Fotos: tito calado

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