Nininho Vaz Maia Fala sobre a infância no bairro: “Gosto de onde vim”

O mentor do The Voice Kids abriu o coração para falar sobre a paternidade na adolescência e revela como é que a prisão domiciliária o fez apostar na carreira musical.

Foi em 2014 que a vida de Avelino Abel Vaz Maia, mais conhecido como Nininho Vaz Maia, deu uma volta de 180º. O cantor, de então 26 anos, partilhou no Youtube um vídeo onde surgia a tocar guitarra e a cantar música cigana. O vídeo tornou-se viral e, desde então, o artista nunca mais parou. Agora, com 36 anos, Nininho confidenciou que foi o período em que esteve em prisão domiciliária – com muito tempo livre – que o levou a dedicar-se à música.

“Estando ali fechado durante tanto tempo, fez-me crescer e aprender a tocar guitarra. Deu-me mais tempo para pensar e para estruturar as coisas. (…) . O vídeo ficou viral pelo meu estilo musical, pela forma que cantei, por estar com uma pulseira eletrónica (risos). Houve um conjunto de coisas que fez o vídeo crescer muito. E eu também não desisti e fui fazendo cada vez mais música”, assumiu, no podcast Geração 80, do Expresso.

O mentor do The Voice Kids esteve preso “por um desacato entre dois grupos de pessoas”, mas assume que nunca se sentiu injustiçado. Foi, aliás, um momento de viragem na vida dele. “Eu acredito que tinha de ser assim para crescer, para mudar algumas coisas em mim. Mas gosto muito de onde vim e não mudava isso em mim”, revelou, referindo-se ao bairro da Picheleira, onde viveu uma infância feliz: “

Antes de se dedicar à vida artística, Nininho teve vários trabalhos, um deles ser monitor de crianças e jovens numa associação do bairro onde nasceu. “A Casa da Juventude, o projeto Sementes, foram muito importantes para mim e para o meu crescimento. Nós não saíamos do bairro, não tínhamos como sair. O meu pai estava preso, o pai do meu amigo estava preso, os nossos tios estavam presos. Íamos de férias com quem, se não tínhamos ninguém? Aquele projeto foi a nossa salvação, levavam-nos a conhecer outras cidades, levavam-nos a acampar… deixa saudade”, confessou, orgulhoso.

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A paternidade aos 19 anos e o futuro do filho

Aos 19 anos, o cantor estreou-se no papel de pai. Cristiano, agora com 17 anos, veio para mudar a vida de Nininho para melhor e fê-lo crescer ainda mais. “Tive de ir trabalhar, tive de me fazer à vida. Tinha acabado de fazer 19 anos, era mesmo uma criança. O meu filho teve uma infância muito feliz. Ele já tem 17 anos, joga à bola, e joga à bola para caraças. Joga no Estrela da Amadora, está bem encaminhado, isso é o mais importante. Mesmo sendo pai novo, consegui passar esse equilíbrio ao meu filho”, disse.

Sobre se gostava que o filho seguisse as pisadas do pai no mundo da música, o artista confessou que não quer influenciá-lo. “Neste momento, não incentivo. Ele está focado no futebol e eu não vou contrariar isso. O mais importante é que ele seja feliz. Se ele quer seguir a bola, deixo-o seguir a bola, as coisas estão a ficar sérias”, referiu. “Sabemos que ele tem muito jeito para a música (risos). Ele ainda é novo, tem muito tempo para trabalhar e decidir. Confesso que me apetecia fazer um EP com ele. Já disse ao meu filho: ‘Queres fazer um EP e rebentar com Portugal? Queres ser o Justin Bieber de Portugal?’. Ele tem uma pinta do caraças, canta bem, podia vingar muito na música portuguesa. Mas eu acredito no destino, é o que for”, completou.

Cristiano Ronaldo canta Nininho Vaz Maia em alto-mar

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Redes Sociais

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