Nuno Santos responde a tudo: “Não me esqueço de quem se portou mal comigo”

Nuno Santos já foi diretor de Programas, diretor-geral, criou a CNN Portugal e, desde fevereiro, dirige a Informação da TVI. Nega desconforto nos regressos de Cristina Ferreira e Moniz e é grato a Mário Ferreira. Também falou sobre Judite Sousa…

Nuno Azinheira (NA): Lançamento da Rádio Energia, criação e direção da SIC Notícias, diretor de Programas da RTP, diretor de Programas da SIC, diretor de Informação da RTP, experiências no estrangeiro, construção e direção do canal 11, diretor de Programas da TVI, diretor-geral da TVI, diretor da CNN Portugal, diretor de Informação da TVI. Afinal, quantas vidas tens?

Nuno Santos (NS): [sorriso] Muitas… Nunca fiz essa conta. Também porque acho que já parei e já recomecei o número de vezes suficiente para considerar sempre que, mesmo quando há um intervalo e uma escolha, no sentido de mudar de vida, há sempre outra a começar. Há aquela expressão relacionada aos gatos e às suas sete vidas, não é? Por isso, sete, pelo menos.

NA: Acompanhei várias das tuas vidas, e já te vi “recomeçar” muitas delas. É esse o verbo que mais se encaixa no teu perfil: recomeçar?

NS: Sim. Por vezes, isso é dito com um certo desdém. Mas relembro que eu trabalhei durante 13 anos na RTP, em dois momentos diferentes. Trabalhei outros 13 na SIC, também por dois momentos distintos. Estou aqui há três anos, praticamente. Portanto, eu tenho várias vidas, porque, por vezes, dentro dos projetos onde estive, fui concretizando várias missões. Fui desafiado para vários projetos.

“A Cristina é um ativo muito forte da televisão em Portugal”

Nuno Santos responde a tudo: "Não me esqueço de quem se portou mal comigo"
Nuno Azinheira e Nuno Santos na CNN Portugal

NA: São, de facto, muitos projetos…

NS: Sim, são. De facto, isto é sempre o homem e as suas circunstâncias. Eu estava no lugar certo, e ter-se-á considerado que eu era a pessoa certa em muitas circunstâncias. Sim, estive na fundação do primeiro canal privado em Portugal e fui desafiado para liderar o primeiro canal de notícias em Portugal.

NA: Já se passaram quase três anos desde que chegaste à Media Capital. Já foste diretor de Programas da TVI, diretor-geral da estação, e agora diretor de Informação da TVI e diretor da CNN Portugal. Essa inconstância tem a ver com o quê?

NS: O mundo mudou muito nestes três anos. A TVI mudou um pouco mais, porque coincidiu com uma fase de alteração acionista, que, aliás, foi um processo longo e difícil para as pessoas que aqui trabalhavam. Foi incerto, num determinado momento. Portanto, volto a algo que disse no início: às vezes é o tempo que encaixa as peças.

NA: Eras diretor de Programas da TVI em 2020. Sentiste-te confortável com o regresso de Cristina Ferreira, em setembro desse ano?

NS: Senti, porque eu fiz parte desse processo. Eu acho que a Cristina é um ativo muito forte da televisão em Portugal. E ela é uma pessoa que vive a TVI. Nasceu aqui, cresceu aqui, conhece todas as pessoas e todas as pessoas a conhecem. Portanto, tem uma grande conexão com o ADN da estação. E, visto a esta distância, estamos todos muito confortáveis no nosso papel.

Leia a entrevista completa na revista que já está nas bancas.

Texto: Nuno Azinheira;
Fotos: Nuno Moreira

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