Patrícia Cipriano, presença assídua na crónica criminal do programa Dois às 10, da TVI, está a lutar contra um cancro da mama. A advogada esteve presente no formato da manhã, esta sexta-feira, 15 de abril, e conversou com Maria Botelho Moniz sobre a doença. “É um diagnóstico de um cancro da mama invasivo, que está no estádio dois. Ainda não metastizou, o que é importante. Estou a fazer quimioterapia da mais violenta, digamos assim, mas que será aquela que muito provavelmente me salvará a vida. Este diagnóstico caiu na minha vida como uma bomba, completamente inesperado”, começa por contar Patrícia Cipriano.

A advogada explica, de seguida, como descobriu que estava doente: “Eu sentia um nódulo na mama esquerda, que vinha crescendo com alguma força a partir de outubro e 2021. Pensei que fosse algo que tivesse a ver com o meu stress, porque não me doía. Ia sentindo, ele estava a crescer muito depressa. Nessa altura tinha terminado uma campanha eleitoral e não liguei. Quando me começou a doer foi no final de janeiro [deste ano]. Marquei uma consulta para a medicina interna. Fui imediatamente fazer uma ecografia mamária e a radiologista disse-me que havia uma diferença de volume entre uma mama e outra e que não era coisa boa certamente, que tinha que ir imediatamente fazer uma biópsia.”

“Eu tenho uma vida muito corrida, faço muitas coisas além de vir aqui. Sou empreendedora, tenho imensas ideias, gosto de concorrer a projetos, sou advogada, é a minha profissão, tenho responsabilidades sociais como presidente da associação e que sou solidária. Com a política acabei por me desleixar, por muita ignorância que isto possa parecer da minha parte, eu pensei que fosse da pílula. Nem sequer pensei em cancro”, acrescenta Patrícia Cipriano.

Marido de Patrícia Cipriano morreu vítima de cancro

Quando soube que a situação era delicada, Patrícia Cipriano ficou desolada. “Fiquei completamente fora da realidade, como já tinha tido um caso muito complicado, porque o meu marido morreu de cancro, e novo… Quer dizer, tenho dois filhos para criar sozinha. Não posso morrer!”. A advogada revela que foi na mãe que encontrou o maior suporte. “A minha mãe é a minha âncora, é a minha melhor amiga. Vive comigo, é mãe dos meus filhos quando eu não estou”, disse. “Ela esteve sempre, sempre ao meu lado.”

“Quando veio o diagnóstico liguei para a médica dos meus filhos, a perguntar-lhe o que devia fazer por eles já terem o trauma do pai. A minha filha ainda hoje faz psicoterapia. A relação dela com o pai era extraordinária. A médica disse-me para não mentir, para dizer as coisas como elas são e que tinha todas as hipóteses de cura”, conta. “Vi o terror nos olhos dos meus filhos, a chorar muito, muito. Disseram-me: ‘Mãe, não te podemos perder. Só te temos a ti.’ Eu disse ‘não, vocês têm outras pessoas, mas eu não vou morrer. A mãe não perde nem as feijões’. Sinto que vou viver, não sinto outra hipótese”, afiança.

Patrícia Cipriano surpreendida por Zé Manel em direto

Patrícia Cipriano acabou por ser surpreendida em direto no Dois às 10 pelo irmão, o cantor Zé Manel. O músico da banda Fingertips apareceu em estúdio, de surpresa, e abraçou a irmã. “A Patrícia é o cérebro, a racionalidade e a força desta família”, disse assim que se sentou ao lado da irmã. “É uma pessoa inspiradora, forte.” “Ambos partilhamos o espírito de missão, temos brio profissional, emocional e pessoal”, adianta. Zé Manel fala sobre esta dolorosa fase. “Quando uma coisa destas acontece percebemos o sentido da vida, a fragilidade e a finitude do tempo. Se calhar são as lições que todos temos de viver para compreendermos melhor o que andamos aqui a fazer.”

Texto: Joana Dantas Rebelo;
Fotos: redes sociais

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