Pedrógão Grande: o arrepiante relato sobre a falta de meios e médicos no terreno
“Um dos bombeiros pedia para lhe darem uma injeção para morrer”
A vice-presidente de Castanheira de Pêra fez um relato dramático à TVI sobre a tragédia de Pedrogão Grande. Ana Paula Neves afirma ter se sentido isolada “no terceiro mundo” e alerta para o facto da região ter falta de médicos e de serviços de saúde, que teriam sido muito úteis durante o incêndio, que roubou a vida a 64 pessoas.
“Tínhamos o Centro de Saúde fechado. Estávamos isolados. Não tínhamos comunicação (…) Fomos a correr a casa de uma funcionária pedir para abrir o Centro de Saúde. Um dos bombeiros pedia para lhe darem uma injeção para ele morrer, tais eram as dores. Então, mobilizamo-nos e tivemos enfermeiras, uma médica, um médico que estava cá… e foi assim que tomámos quase de assalto o Centro de Saúde. Tentamos socorrer, mas é evidente: os armários estavam fechados, não havia medicação para as dores, não havia as mínimas condições. Estas coisas não podem acontecer”, relatou.
“Senhor Presidente, nós não tínhamos comunicações, mas o País estava a ter conhecimento pela televisão e a nível de saúde sabiam o que nos estávamos a passar e o que nos tínhamos. Isto não se admite, não se admite que Castanheira de Pêra tenha um médico e meio, nem isso”, acrescentou.
O incêndio foi o mais mortífero da história de Portugal.
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