Pais de Sara Carreira desesperam por respostas e psicóloga deixa alerta

Sara Carreira perdeu a vida num acidente de viação há um ano e meio e Tony Carreira e Fernanda Antunes ainda não sabem o que aconteceu. Psicóloga explica a importância da urgência em encontrar respostas para famílias enlutadas.

O processo relativo à morte de Sara Carreira, que perdeu a vida num trágico acidente de viação a 5 de dezembro de 2020, vai ficar parado, pelo menos, seis meses. O desespero de Tony Carreira e Fernanda Antunes aumenta. A NOVA GENTE quis saber, com a ajuda de uma psicóloga, de que forma se pode lidar com esta situação durante o processo de luto.

Telma Monteiro e Bárbara Timo feridas em acidente de viação [fotos]
Telma Monteiro e Bárbara Timo estão entre os seis feridos de um acidente de viação ocorrido esta terça-feira, dia 12 de abril, na A23, em Castelo Branco. As duas atletas sofreram apenas ferimentos ligeiros (… continue a ler aqui)

De acordo com Joana Cordeiro Dias, “uma perda inesperada, como suicídio ou acidente, pode originar processos de luto marcados por intensa raiva e revolta, porque as pessoas não dispunham de recursos prévios para gerir a dor que imperativamente lhe foi imposta gerir”.

Estes casos devem ter uma especial atenção, segundo a psicóloga. “O tipo de cuidado no apoio e celeridade são fundamentais. Este tipo de luto pode causar um maior nível de diminuição no funcionamento adaptativo e a instalação de maior probabilidade de desenvolvimento de psicopatologia como são exemplos: luto prolongado, a perturbação do stress pós-traumático e a perturbação depressiva major”, explica.

“A Justiça, por vezes, é lenta na atuação, mas as famílias enlutadas – nestes casos mais dramáticos – precisam de obter respostas mais céleres. Seria salutar que nos tribunais pudessem existir equipas multidisciplinares, altamente especializadas para estas situações, onde os profissionais do Direito fossem auxiliados por psicólogos/as e psiquiatras nas resoluções processuais. Qualquer processo de luto pressupõe uma adaptação a um mundo sem a pessoa perdida (perda primária) e, por sua vez, à ausência dos momentos de proximidade física e toque com a mesma, exigindo que exista um prescindir de todos os planos conjuntos para o futuro (perdas secundárias). No entanto, nas perdas inesperadas é crucial devolver às famílias a verdade dos factos, para que estas possam encontrar o seu próprio lado racional e construir as suas narrativas.” Saiba mais na revista Nova Gente que já está nas bancas.

Texto: Filipa Rosa; Fotos: D.R.

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