Taylor Swift Estreia-se em Portugal e o resultado é… fogoso: “É assim que nos recebem?”
Taylor Swift conta com dois concertos agendados no Estádio da Luz, em Lisboa. A NOVA GENTE esteve presente na primeira data.
Eram, precisamente, 16h30 quando a fila do piso 0 começou a avançar. As grades que dividiam a enorme linha de fãs, essas ficavam agora para trás. Minutos antes, trocavam-se pulseiras de amizade e opinões sobre o concerto: qual o álbum favorito e que surpresas Taylor Swift preparara para a noite de sexta-feira passada, 24 de maio, quando pisou o Estádio da Luz pela primeira vez.
A maioria da multidão era, sem dúvida, portuguesa. Mas a cantora norte-americana conseguiu trazer até Portugal Swifties de outros países – Brasil e Espanha sendo os mais comuns. Inclusive houve uma família que veio de El Salvador, pequena nação da América Central. Todos unidos para presenciar o que muitos descrevem como o evento do ano: a ‘The Eras Tour’, em Lisboa.
Um espetáculo que reuniu muita música, cores, coreografia, pirotecnia, visuais e props impressionantes, várias trocas de roupa e até fogo de artifício. Mas a verdadeira estrela foi, certamente, a própria intérprete de ‘Shake It Off’ que, tal como o tema indica, pôs a capital a abanar.
CONCERTO DE ABERTURA – PARAMORE
Formados em 2004, Paramore é considerada uma das bandas proeminentes do rock alternativo e pop punk. Foi a partir do álbum ‘Riot!’, em 2007, que ganharam mais reconhecimento, mas a estreia em Portugal só veio em 2011, no festival NOS Alive (na altura, ainda conhecido como Optimus Alive).
A formação da banda sofreu algumas alterações ao longo do tempo. No entanto, três membros mantêm-se: Hayley Williams (a vocalista), Taylor York (guitarrista) e Zac Farro (baterista). “Os Paramore começaram como uma banda de garagem e agora estamos a abrir os concertos da The Eras Tour!”, expressou a cantora perto do fim do set.
A lista de músicas incluiu grandes êxitos como ‘Hard Times’, ‘Still Into You’, ‘The Only Exception’, ‘Misery Business’ e ‘Ain’t It Fun’, como também outras canções favoritas dos fãs. No entanto, houve quem não conseguisse entrar a tempo no recinto para ver o grupo (mesmo com a abertura a iniciar quase uma hora mais tarde do previsto).
Fora do Estádio, a confusão instalou-se e fãs ficaram retidos à porta. Vídeos e publicações nas redes sociais mostram as grades do piso 3 a serem derrubadas. De facto, para um concerto esgotado, notavam-se alguns espaços vazios. Passadas 2h e 30 minutos desde que as portas se abriram, os lugares ainda não estava completamente recheados.
LOVER
Às 20h17, um grande relógio apareceu no ecrã, dando assim início à tão esperada chegada de Taylor Swift. A cantora entrou em palco com um corpete em tons rosa e azul, cheio de cristais cintilantes, para representar o sétimo álbum, ‘Lover’, mais conhecido pelo single ‘Cruel Summer’, que foi logo a segunda música da noite.
Apesar dos problemas à entrada – como também o drama das garrafas de água e power banks, que foram confiscados por alguns seguranças, apesar da promotora, Last Tour, ter indicado o contrário – tudo foi esquecido quando a artista de Nashville cantou hinos como ‘The Man’ ou ‘You Need To Calm Down’.
“Esta é a minha primeira vez em Portugal e é assim que nos recebem? (…) Quando eu saí e vi este público, vocês tiraram-me o fôlego; o meu coração bateu tão rápido, fizeram-me sentir tão sortuda. Obrigado por virem ao concerto”, confessou, ao tocar a faixa-título.
FEARLESS, RED, SPEAK NOW & REPUTATION
Mas os êxitos não ficaram por aqui! Entre quatro secções completamente diferentes, cada um representando uma fase diferente de Taylor Swift, foram tocadas músicas que ficarão para a história: “You Belong With Me”, “Love Story”, “22”, “We Are Never Getting Back Together”, “I Knew You Were Trouble”, “All Too Well”, “Look What You Made Me Do”, entre outras.
São momentos destes únicos que mostram a diversidade da cantora de 34 anos. Em apenas um hora, a intérprete de “… Ready For It?” usou looks em dourado, vermelho e roxo para depois mudar para um body todo preto com uma serpente vermelha, de forma a representar o álbum ‘Reputation’, inspirado na sua rixa com Kanye West e Kim Kardashian, como também no romance com o ator Joe Alwyn, que durou cerca de sete anos.
Durante a última música do dito set, a carreira de Swift foi celebrada de uma forma inesperada. Os dançarinos, que se vestiram com alguns figurinos icónicos de Eras anteriores, surgiram presos dentro de jaulas. Em vez de os deixar escapar, a compositora simplesmente os provocava. “A antiga Taylor não pode atenter o telefone agora. Porquê? Por que ela está morta!”, exclamou.
FOLKLORE & EVERMORE
Uma das partes mais acarinhadas pelos fãs é ‘Folklore’ e ‘Evermore’. Não pelos hits gigantescos, mas pelo o que os projetos representam. Ambos foram produzidos e editados em 2020, durante a pandemia, numa altura cheia de incertezas, quando a artista ponderava o futuro dos concertos.
A compositora imaginou-se, na altura, a viver numa cabana no meio de uma floresta. Presa a um mundo ficcional, a intérprete de “Cardigan” começou a compor temas na perspetiva de personagens inventadas por si, como é o caso de “Betty”. Mas foi “Champagne Problems”, um dos singles de ‘Evermore’, tocado em piano, que lhe rendeu uma ovação e gritos altos do público.
O entusiasmo foi tanto que a assistência do Estádio acendeu as luzes para que Taylor pudesse encarar a homenagem. “Nunca na minha vida vou esquecer este momento aqui em Lisboa”, revelou, após ficar parada em palco, durante cinco minutos, espantada, a admirar os fãs, que estavam em êxtase.
Ali, naquele momento, num set composto por árvores, bosques e uma casa de madeira, os ‘álbuns irmãos’ tornaram-se nos mais respeitados da noite. “August”, “My Tears Ricochet” e “Willow” são outros dos momentos a destacar.
1989, THE TORTURED POETS DEPARTMENT
Após uma secção mais melancólica e introspetiva, Swift voltou com imensa força. O estádio iluminou-se de luzes azuis bebé, para dar entrada à sua Era mais impactante de sempre: ‘1989’. O título faz referência ao ano de nascimento da cantora e o disco inclui vários temas sobre a relação amorosa que manteve com Harry Styles. Não é coincidência “Style” ser logo a primeira música.
Um top roxo brilhante e uma saia curta, estilo cheerleader, azul clarinha, assim se apresentou a intérprete de “Wildest Dreams”. Mas foi “Blank Space”, “Shake It Off” e “Bad Blood” que viraram o Estádio do avesso. Quem esteve presente, sabe. Quem não esteve presente, pode imaginar o quão ao rubro o público ficou com estes clássicos.
‘The Tortured Poets Department’ veio de seguida e a mudança de ambiente é deveras evidente. O colorido desapareceu para o preto e branco reinarem. ‘Raiva Feminina: O Musical’, é como a compositora descreve esta secção e não mentiu! “But Daddy I Love Him”, “Who’s Afraid of Little Old Me?”, “Fortnight” e “The Smallest Man Who Ever Lived” são provas vivas.
Um pouco de manicómio, alguns traços de academia e até um nave espacial gigante a ser projetada no ecrã durante “Down Bad”, este projeto entregou demasiados conceitos ao mesmo tempo, mas que fizeram todo o sentido.
MÚSICAS SURPRESA & MIDNIGHTS
Perto do fim e com apenas com um álbum em falta, Taylor Swift decidiu, primeiro, acalmar os ânimos ao tocar as músicas surpresa da noite. Todos os concertos têm, pelo menos, duas: uma em guitarra acúsica e outra em piano.
As escolhidas ontem, 24 de maio, foram mash-ups de “Come Back… Be Here”, “The Way I Loved You” e “The Other Side of The Door” – dos discos ‘Red’ e ‘Fearless’ -; e “Fresh Out The Slammer” e “HIgh Infidelity” dos projetos mais recentes ‘The Tortured Poets Department’ e ‘Midnights’ – a parte final do concerto.
Nesta altura, o cansaço começou a tomar conta do público. Na plateia, viam-se casais a ir embora com as crianças. No piso 0, o mesmo aconteceu, mas com os participantes mais idosos. Afinal, o espetáculo dura quase quatro horas. Mas a artista manteve-se firme e não demonstrou fadiga nem um segundo.
“Lavender Haze”, “Anti-Hero”, “Midnight Rain”, “Bejeweled” e “Mastermind” tomaram conta do set, mas foi Karma que fechou o dia, com direito a foguetes no fim. A namorada de Travis Kelce usava um casaco azul escuro feito com fitas, os restantes dançarinos e as vocalistas de apoio também vestiram o mesmo modelo, mas em tons diferentes. “Mais parece samba”, apontou uma senhora, ao sairmos do recinto.
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Ao longo do espetáculo, a cantora prometeu voltar e mostrou-se arrependida de ser a primeira vez que toca em Lisboa. Dada à receção calorosa dos fãs, certamente não será a última. Quando regressares, os ‘Swifties’ cá a esperam.
Texto: Luís Sigorro; Fotos: Redes Sociais/Taylor Swift Portugal
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