A neta de Eunice Munõz confessa que o apelido de família já a prejudicou algumas vezes na tentativa de exercer a sua profissão como atriz. Lídia Muñoz lamentou ainda a falta de respeito pela cultura em Portugal.

“Ter o apelido da minha avó, fechou-me muitas portas, o que é mais um sinal de que o sistema funciona mal”, referiu.

Em contrapartida, foi Eunice Muñoz quem lhe incutiu um sentimento de respeito pela profissão que a inspirou a seguir as pisadas da avó, de 92 anos.

“Ser neta da Eunice Muñoz abriu a porta mais importante, abriu a porta que me permitiu saber o que é ter verdadeiro respeito pela profissão, pelos autores, pelo palco, pelo encenador, pelos técnicos, pelos colegas e pelo público”, disse.

Afortunada sim, beneficiada não

Lídia contou que a anciã da família sempre demonstrou orgulho na neta e é a maior crítica ao seu trabalho. A jovem atriz está neste momento a ensaiar para uma peça de teatro nova: “Sinto-me profundamente afortunada por ser neta da Eunice Muñoz. Beneficiada, não”.

Porém, em contraste à fase em que atravessa, a neta de Eunice Muñoz manifestou também uma forte preocupação por todos os colegas que estão no desemprego e lançou farpas à forma como o país trata a cultura.

“As medidas não são suficientes, há que fazer mais e melhor, e não podemos ser nós a assumir as funções do Estado, que deve encontrar as soluções para quem estudou durante anos, muitas vezes com sacrifício, possa ter um futuro mais justo e com mais garantias”, rematou à revista Caras.

Texto: Carolina Sousa: Fotos: Impala

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