Victoria Guerra Perdeu dois irmãos bebés: “Nunca se lida bem”
A atriz falou, pela primeira vez, sobre os dois irmãos que morreram, uma dor que a acompanha até aos dias de hoje, embora as tragédias tenham ocorrido na sua infância.
É uma das figuras incontornáveis da ficção portuguesa mas, apesar de a cara de Victoria Guerra ser bem conhecida do grande público, muito pouco se sabe sobre a história da atriz. Num raro momento de partilha da vida pessoal, a artista desabafou sobre uma dor que a acompanha há anos, a da perda dos irmãos, numa entrevista a Daniel Oliveira no Alta Definição do passado dia 30 de novembro.
A protagonista da novela A Promessa, da SIC, afirmou que morte dos dois irmãos, quando ainda era criança, foi um dos episódios mais marcantes da sua vida e algo que, ainda hoje, não consegue esquecer. De David, o primeiro irmão que faleceu, a artista tem poucas memórias, mas diz que, nem por isso, a sua ausência deixou de ser sentida à medida que foi crescendo. “Nunca houve um luto de esquecimento. Fizemos sempre questão de relembrar que ele faz parte das nossas vidas”, esclareceu. Já a menina, morreu ainda na barriga da mãe aos nove meses de gestação. “A minha outra irmã, quando faleceu, apesar de ainda ser na barriga da minha mãe, eram nove meses, mas já fazia parte da família. Tenho uma memória daquilo me ter marcado porque queria muito uma irmã mais nova”, acrescentou.
De acordo com Victoria, as duas perdas marcaram muito a história da família, mas promoveram também a união entre os que cá ficaram. “Marcou muito e a força que, se calhar, eu tenho e encontro vem daí”, explicou a artista. “Não houve momento algum em que eu sentisse que mudasse a nossa vida. Não mudou. A minha mãe percebeu rapidamente que tinha duas opções: ficar em casa a chorar ou continuar a vida dela porque tinha mais filhos que tomar conta. A minha mãe fez questão que aquelas situações não fossem um peso enorme na família”, garantiu.
Já a fase adulta ficou marcada pela morte do pai, que continua muito presente na sua vida. “Nunca se lida bem com uma perda destas, mas o facto de sermos muito unidos e honestos, de cuidarmos um dos outros… a verdade é que a nossa família continua a falar dele como se estivesse aqui presente. Nunca houve um luto desagradável ou de esquecimento, de não falar sobre ele”, explicou. Confessou ainda: “O luto vai ser para o resto da minha vida mas isso faz com que seja mais fácil lidar com a dor”.
Texto: Luís Duarte Sousa; Fotos: Impala
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