“O que fazia a Bárbara Guimarães sempre na cozinha? Era ali que estava o vinho branco” – acusa Carrilho
O julgamento do ex-ministro Manuel Maria Carrilho por violência doméstica foi retomado e durante cerca de duas horas defendeu-se das acusações de Bárbara Guimarães. A apresentadora da SIC acusa o ex-marido de violência doméstica e difamação.
A sessão do julgamento em que Bárbara Guimarães acusa Manuel Maria Carrilho de violência doméstica e de difamação teve início esta manhã pelas 10h00. Vinte minutos volvidos, Bárbara deixava a sala. Apesar de o advogado da apresentadora da SIC ter pedido à juíza para que o ex-ministro da Cultura se contivesse nas declarações sobre o filho de ambos, Dinis, Joana Ferrer, a juíza, contrapôs. “O arguido vai dizer tudo o que tiver para dizer, pelo menos no meu tribunal.”
Eis as principais declarações de defesa de Carrilho na sessão desta manhã de 6 de fevereiro.
“Acho que aqui se procura um autor para uma história que foi inventada. Estou absolutamente inocente das acusações que me fazem.”
“Há um indivíduo que me interpela no aeroporto, me dá em envelope e me diz ‘Toma lá, tens aqui as chaves do teu carro, tens lá umas coisas tuas, o resto está em Viseu, não vais mais a tua casa, não entras lá mais'” [Carrilho refere-se a 18 de outubro de 2013, dia em que chegou ao aeroporto de Lisboa, vindo de Paris]
“A Bárbara mandou-me a Carlota com varicela sem aviso e, mais grave, sem medicamentos”
Manuel Maria Carrilho lê e relembra um e-mail trocado com Bárbara. “Só te quero lembrar de que todos, mas todos os problemas que houve nos últimos seis meses a que te referes tiveram exclusivamente que ver com o desatino decorrente da tua crescente dependência alcoólica”
“Houve, é certo, muitas agressões, mas auto-agressões”
“A Bárbara sempre bebeu. No último ano [de casamento], tinha cedido cada vez mais, tonado-se dependente”
“O que fazia a Bárbara Guimarães sempre na cozinha? Era ali que estava o vinho branco, fresquinho”
“Eu só bebia vinho branco por amor e solidariedade a Bárbara. E também para que ela bebesse menos”
“Na praia, caiu para cima do vendedor de bugigangas. Pediu desculpa, lá nos sentámos de novo e fomos embora. Quando estamos no calçadão disse: ‘Isto não se pode continuar a passar, é impossível” [recordando uma viagem ao Brasil]
“Nós beijávamo-nos quando ela chegava a casa. A Bárbara começou a evitar aproximar-se de mim. Chegava e arranjava um pretexto para não o fazer”
“A Carlota em frente à porta da cozinha… – É uma coisa que me ultrapassa! – … a Carlota a bater à porta, enquanto as meninas [Bárbara e amigas] lá dentro…”
“Fomos jantar à Quinta dos Caeiro. A Bárbara bebe uma garrafa de vinho sozinha… Quando bebia de mais, tinha a sua graça, repetia a mesma coisa”
“A cozinha é a divisão central da vida da Bárbara. Fui deitar as crianças ela. Foi beber vinho branco, bem fresquinho, como gosta. A meio da noite, aconteceu uma coisa que já em Lisboa acontecia muito: eu acordar e ir dar com ela no sofá. No dia seguinte, chego à cozinha com as crianças, com a cozinha cheia de líquido, o cheiro era claro… Vi algo vermelho, que percebo ser sangue, e vidros por todo o lado” [referindo-se a um acontecimento na sua casa em Viseu]
“Entre as 3h00 e as 4h00 da manhã, era ritual eu acordar e a Bárbara não estar. Ia à sala da televisão buscará-la e ela deixava-se docilmente encaminhar para a cama. Depois, tinha de limpar a estrumeira para que os meus filhos nunca vissem”
“Em Maio de 2014, o meu filho diz-me que foi espancado pela mãe. Em janeiro, três meses depois do divórcio, já a mãe o ameaçava em como não o deixava almoçar comigo”
“Quando o Dinis disse que queria ir viver com o pai, a mãe espancou-o. Chamou lá um homem que não tem sequer qualificação, que o ameaça até às 3h00 da manhã”
“Eu devia era ter ouvido o meu irmão, que não foi ao casamento e me disse ao telefone ‘Não podes casar com uma gaja dessas'”
“Nunca toquei na Bárbara, amparei-a muita vezes quando ela não se aguentava nas pernas. Tenho muita pena que isto tenha vindo a público”
Texto: Marta Amorim
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