Endogamia e sede de poder levam rei a ter entranhas podres e a ser tão feio que assustava a mulher

Endogamia prolongou-se durante 16 gerações na Casa de Habsburgo e existem relatos de um rei com entranhas podres e que era tão feio que assustava a mulher.

Endogamia e sede de poder levam rei a ter entranhas podres e a ser tão feio que assustava a mulher

Há muito que histórias de reis e rainhas, príncipes e princesas têm vindo a encantar várias pessoas. Só que a verdade é que nem tudo são rosas nas histórias das mais diversas famílias reais europeias. E aquilo que se segue é prova disso mesmo. Afinal, iremos falar de endogamia, entranhas podres e monarcas quem nem sequer conseguiam andar ou mastigar.

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O Mirror recorda a história de Carlos II de Espanha, nascido em 1661. E que teve uma vida pautada por muitas doenças graves. O motivo? A sede da Casa de Habsburgo em manter o poder. Isto numa altura em que governavam a Holanda (hoje Países Baixos), Bélgica, partes da Alemanha e também a Espanha. Como tal, não existiam casamentos fora da família desde 1550. Ou seja, a tia de Carlos II era também a sua avó.

“Muito deformado e intelectualmente atrofiado”

A endogamia prolongou-se durante 16 gerações, mas Carlos II acabou por ser considerado “muito deformado e intelectualmente atrofiado” para governar da forma que se exige a um rei. No trono desde os 4 anos, Carlos II acabou por nunca governar de forma correta. A dupla de historiadores Will e Ariel Durant falam do monarca como “baixo, coxo, epilético, senil e completamente careca antes dos 35 anos. Estava sempre às portas da morte, mas continuava a viver.” O rei tinha ainda uma língua enorme a não conseguia mastigar.

É tão feio que causa medo e parece doente”

Carlos II não aprendeu a andar até aos 8 anos e não teve qualquer educação. O primeiro casamento foi com Marie Louise de Orleans, sua segunda sobrinha. Em 1679, o embaixador francês revelou que Marie não queria nada com o rei. “É tão feio que causa medo e parece doente”, terá dito. A mulher acabou por morrer e Carlos II casou-se novamente. Só que a consanguinidade da família provocou impotência e fez com que o rei, que morreu aos 39 anos, não tivesse filhos.

“Tinha um único testículo, preto como carvão e a sua cabeça estava cheia de água”

“O coração [do rei] era do tamanho de um grão de pimenta. Os seus pulmões corroídos. Os seus intestinos podres e gangrenados. Tinha um único testículo, preto como carvão e a sua cabeça estava cheia de água”, lê-se na autópsia de Carlos II. Como Carlos II não tinha filhos, teve início a guerra pela sucessão ao trono espanhol. Algo que se prolongou durante 12 anos e que levou ao final do reinado dos Habsburgo.

Mas Carlos II não é caso único. Fernando I da Áustria era o filho mais velho do imperador Franz II e Maria Teresa, que eram parentes. Nascido em abril de 1793, Fernando I era descrito como tendo uma cabeça anormalmente grande. Algo que seria uma consequência da quantidade de água que tinha no cérebro. Sofria ainda de epilepsia grave. Devido aos problemas causados pela endogamia, Fernando I não conseguia executar tarefas tão simples como colocar água num copo ou abrir uma porta. Curiosamente, diz-se que falava cinco línguas. Acabou por casar-se com Maria Anna de Piemonte-Sardenha, uma parente distante. O casamento era mais, na realidade, uma relação entre paciente e enfermeira. Não tiveram filhos e Fernando I morreu em 1875.

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Texto: Bruno Seruca
Fotos: Ruth Archer/Pixabay

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