É verdade que a história de amor entre o príncipe Carlos e Camilla sempre dividiu opiniões e, na década de 90, surgiu no Reino Unido um debate entre “pró-Diana” e “pró-Camilla”. A atual mulher do filho da rainha Isabel II passou por momentos complicados quando Carlos se divorciou de Diana para assumir o relacionamento que mantinha com Camilla em segredo há vários anos e o pesadelo da duquesa volta a acontecer.
Mesmo sendo ela a única mulher “merecedora” do amor de Carlos, mesmo tendo ficado em silêncio durante vários anos para evitar polémicas e escândalos na Casa Real e mesmo depois de ter recusado o título de princesa depois de trocar alianças com o príncipe Carlos, Camilla está novamente a ser condenada ao ostracismo, tal como aconteceu na década de 90.

A equipa “pró-Diana” voltou em força depois de ver exposta em The Crown toda a história do triângulo amoroso mais polémico do Reino Unido e, nas redes sociais, afirmam que só haverá “uma única princesa do Povo”.

O “Annus Horribilis” de Camilla

O final de 2020 está a ser difícil para a duquesa de Cornualha, mas esta não é a primeira vez que o fantasma da princesa Diana “atormenta” a vida de Camilla. À data do seu 60.º aniversário, em 2007, assinalou-se também dez anos da morte de lady Di. A mulher de Carlos ficou sem saber como agir em eventos oficiais e chegou a ficar doente por não conseguir descansar corretamente.
Camilla sempre foi muito atacada pelo povo britânico por ter “separado” os príncipes de Gales e, por essa razão, optou por não ir às cerimónias fúnebres de homenagem a lady Di para não levantar polémicas, mas aconselhou o príncipe Carlos a estar presente para que os britânicos não ficassem revoltados. Nesse ano, Camilla passou o aniversário sozinha, na Escócia.

 

O caminho para conquistar o Reino Unido

Depois de trocar alianças com o príncipe Carlos, em 2005, Camilla teve de enfrentar um longo caminho para conseguir conquistar os súbditos. E o primeiro passo começou ainda no altar, quando recusou o título de princesa e quis manter o título de duquesa da Cornualha. Esta decisão foi vista pelos especialistas em realeza como uma “jogada inteligente”, uma vez que mostrou ao povo não querer ocupar o lugar da princesa Diana.
Aprendeu também a “ouvir e calar” as críticas que, ao longo dos anos, lhe foram feitas. Camilla sabia que responder direta ou indiretamente não iria fazer dela uma mulher mais popular e, por isso, optou por ficar “na sombra” da Casa Real, ocupando uma posição mais discreta nos eventos e compromissos reais. No entanto, com a chegada de Kate Middleton ao seio da realeza britânica, Camilla sentiu necessidade de se aproximar da duquesa de Cambridge, com quem tem uma ótima relação, para poder, de alguma forma, ganhar alguma popularidade perto dos fãs de William e Kate.

A duques da Cornualha também se esforçou para ter uma boa relação com a sogra, a rainha Isabel II, e curiosamente nos últimos anos as duas parecem mais unidas do que nunca. A rainha de Inglaterra já atribuiu a Camilla vários compromissos da agenda real onde a duquesa representou a Coroa britânica a solo. No seu 65.º aniversário, Camilla usou a tiara de diamantes de Isabel I, a rainha-mãe, uma “prenda” de Isabel II que só provou a confiança que tem na nora. Também quando o príncipe Harry apresentou Meghan Markle como a sua futura mulher, Camilla foi das primeiras a apoiar a relação e recebeu a duquesa de Sussex de braços abertos.

As suas forças para agradar a Casa Real acabaram por fazer com que a mulher de Carlos conseguisse conquistar a simpatia dos britânicos… E o maior segredo para isso ter acontecido foi nunca ter tentado imitar ou substituir a princesa Diana, mostrando sempre algum respeito e consideração pela ex-mulher do príncipe de Gales.

 

 Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Reuters

 

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