Um novo comprimido capaz de reduzir o colesterol genético até 86% passou nos testes clínicos e revela que, 12 semanas após o tratamento, gera bons resultados.

O medicamento muvalaplin diminui os níveis de lipoproteína(a), ou Lp(a), combinação de colesterol mau (IDL) com a proteína ‘a’. Acumulada, esta molécula pode provocar doenças cardiovasculares.

O novo fármaco bloqueia a interação inicial entre as duas moléculas que formam a Lp(a). A experiência, realizada com 233 voluntários, acaba de ser publicada na revista científica JAMA Network.

Colesterol genético e adquirido

Trata-se da segunda de três etapas de ensaios clínicos. Os resultados foram divulgados pela Eli Lilly, farmacêutica responsável pelo medicamento, durante um encontro da Associação Americana do Coração, em Chicago.

O colesterol alto tradicional está geralmente relacionado com hábitos de vida, como alimentação e sedentarismo. O genético não tem influência destes fatores, é orgânico e mais resistente aos tratamentos convencionais.

A lipoproteína(a), ou Lp(a), é o colesterol considerado mau, o LDL, somado à proteína ‘a’. A acumulação desta molécula no sangue é um fator de risco para doenças cardíacas e eleva as probabilidades de problemas como a aterosclerose, ao formar placas que obstruem o fluxo sanguíneo nas artérias.

Mil milhões de pessoas padecem de colesterol

Depois do teste com o novo medicamento, os voluntários não apresentaram efeitos colaterais consideráveis. Levantamentos recentes mostram que mais de mil milhões de pessoas em idade adulta sofrem de níveis elevados de Lp (a). O problema afeta 1 em cada 5 pessoas e tem hoje opções limitadas de tratamento.

Diferentes dosagens foram avaliadas nos testes, que vão continuar até à comercialização. Vão ainda ser analisados os efeitos sob possíveis ameaças a outras questões cardíacas e só depois deverão chegar ao consumidor final.

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