Veterinários portugueses tratam centenas de animais em África
É tudo pago do bolso dos próprios voluntários. As viagens, assim como alimentação e alojamento
Em S.Tomé, em conjunto com uma veterinária santomense e alguns voluntários, os Veterinários Sem Fronteiras (VSF) esterilizaram cento e dez cães em apenas dez dias durante o mês de março, com o apoio financeiro da Australian Aid e em colaboração com a Direção da Pecuária de S. Tomé. Trataram ainda a sarna de outros tantos, doença que pode ser transmitida para humanos. Os voluntários fazem agora as malas para voar até Cabo Verde.
Agora, numa parceria com a Bons Amigos, uma associação cabo verdiana sem fins lucrativos, três estudantes portuguesas de veterinária viajam entre 12 e 26 de abril para Santiago, Cabo Verde. Além da partilha de conhecimentos, o objetivo é prestar assistência aos médicos veterinários no tratamento de cães, gatos e não só, pensando também na proteção da saúde humana. As estudantes vão também dar apoio às autoridades locais no controlo das populações de cães errantes.
São mais de sessenta as doenças (zoonoses) conhecidas que podem ser transmitidas dos animais para os humanos. Desde fungos na pele (dermatofitose), a amplamente conhecida sarna e a raiva. Existem ainda os problemas provenientes da segurança alimentar pouco trabalhada nestes países. A desnutrição dos animais de produção assim como as suas doenças representam um grave problema para as populações. Mais de 8 milhões de pessoas morrem à fome todos os anos em todo o mundo, dois terços destas vivem em áreas rurais e dependem da produção animal para sobreviver.
A Veterinários Sem Fronteiras Portugal tem como missão providenciar apoio veterinário às populações mais necessitadas nos países em vias de desenvolvimento. Como também participar em projetos de formação, investigação e na transmissão de conhecimentos técnicos nas áreas de produção, saúde e bem-estar animal, medicina preventiva e saúde pública veterinária. Inclui ainda nos seus objetivos, contribuir para a promoção da consciência solidária entre países industrializados e países em vias de desenvolvimento.
As viagens dos voluntários, assim como alimentação e alojamento, estão a ser pagos pelos próprios sem qualquer apoio externo. Porém, todos podem ajudar tornando-se sócios da organização ou fazendo doações.
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