A água é importante, mas os portugueses não poupam, diz estudo
O país está consciente de que este recurso natural é precioso mas o desperdício permanece, conta as Águas de Portugal.
Há “dissonância entre as atitudes e os comportamentos” em relação à água, que a maior parte dos inquiridos percebe como escassa mas que continua a sair das torneiras em casa e lhe dá um “caráter ‘inesgotável'”, segundo um estudo da Águas de Portugal divulgado esta terça-feira.
Dos inquiridos, 83,3% sabe que o planeta Terra não terá sempre água abundante e 76,1% recusa a ideia de que a crise ecológica por escassez de água é um exagero.
Mas, se por um lado, 88,8% dos inquiridos considera que as pessoas não têm o direito de usar a água como quiserem, por outro, 61,8% assume que consome mais água do que devia e precisa.
Quando pensam em poupar água, os inquiridos associam essa necessidade a uma redução no seu conforto, pelo que no estudo da Águas de Portugal se conclui que são necessárias campanhas de sensibilização para contrariar essa ideia.
Em vez de “mecanismos de penalização” para o desperdício, o espírito destas campanhas deve ser “obtenção de recompensas”, e a inclusão de “dicas de poupança”, dando ênfase ao impacto reduzido desta poupança na qualidade de vida.
Poupar água para ter um ambiente melhor deve ser outra das mensagens para sensibilizar os consumidores. “Mensagens alarmistas” são de evitar e deve apostar-se em campanhas continuadas, defendem os inquiridos.
Para três quartos das pessoas que responderam ao inquérito, aumentar o preço da água não é a maneira mais eficaz de estimular a poupança. A maioria (57%) não acredita que se dê o devido valor à água como recurso escasso, devido à facilidade com que esta sai da torneira.
Além disso, a água é mais barata do que bens como a eletricidade, o combustível ou as telecomunicações, ficando em quarto lugar na lista dos recursos em que se gasta mais dinheiro.
Se tivessem que preservar um recurso abdicando dos outros, 44,9% escolheria a água, mas a eletricidade está bem perto, com 40,9 por cento. Eletricidade, telecomunicações e gás repartem o resto das preferências.
Embora 88,2% aceitasse usar água reciclada para consumo não humano, apenas 48,4% concorda com o pagamento de uma taxa para financiar a reciclagem da água.
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Entre os gestos de poupança que mais pessoas admitem como necessários está fechar a torneira e não ter água a correr sem parar, reduzir o tempo dos banhos, reduzir a quantidade de água em cada descarga de autoclismo ou otimizar o número de lavagens de roupa e de louça.
O estudo da Águas de Portugal foi feito com 1.662 pessoas que responderam pela Internet a perguntas sobre as suas atitudes e comportamentos em relação à água.
Os resultados do Estudo Nacional sobre as Atitudes e Comportamentos dos Portugueses são apresentados esta terça-feira no Museu da Água, em Lisboa, com a presença do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
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